Um giro pela fascinante história da moda

Quando pensamos na história da moda e da alta-costura logo vem a cabeça nomes famosos, como Coco Chanel, Christian Dior, Louis Vuitton, entre outros.

Mas você já pensou nos motivos que levaram a moda a ter um papel de destaque no desenvolvimento da sociedade?

A palavra moda vem do latim “modus” e significa costume, maneira ou comportamento.

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Para entender a moda e a sua influência é necessário voltar um pouco na história.

Como tudo começou

Segundo antropólogos, o surgimento da roupa está relacionado à necessidade manifestada pelo ser humano de esconder a nudez e de se proteger do frio, da chuva e do calor.

As vantagens em utilizar pele animal logo foram descobertas pelos nossos ancestrais. Além do frio, era possível se proteger de pedras e espinhos.

A utilização de roupas pelo ser humano remonta 600 mil anos a.C. Fato facilmente comprovado pelas diversas escavações em que agulhas feitas de ossos foram encontradas.

Dando um salto, chegamos ao surgimento da tecelagem na Mesopotâmia. Na época, a roupa era enrolada ao corpo e era possível manter a cor original ou tingir o tecido com diferentes cores.

No Egito, as roupas e a identidade caminhavam juntas. Os faraós se diferenciavam dos demais por não utilizarem ornamentos. A calda de um leão e um falso cavanhaque simbolizavam o poder.

Acessórios eram símbolo de poder para egípcios

Os romanos, assim como os egípcios, atribuíam diferentes significados às roupas. A toga dos magistrados romanos, por exemplo, era utilizada como forma de demonstrar autoridade.

Grandes acontecimentos na história da moda

A padronização no vestuário remonta à época das invasões bárbaras Romanos e bárbaros (termo utilizado pelos romanos para se referir às pessoas consideradas não-civilizadas) eram reconhecidos pela maneira de se vestir.

Apesar disso, o início da Idade Média não trouxe grandes transformações em termos de história de moda.

As condições adversas da época fizeram com que a sobrevivência se tornasse a principal preocupação.

As expedições para conquistar Jerusalém e o contato com um estilo de vida mais refinado foram essenciais para o surgimento da nobreza. O padrão feminino ressaltava a silhueta da mulher.

Em meados do século XIII, os calçados se destacaram na história da moda. As mulheres davam preferência aos sapatos que realçavam a delicadeza de seus pés.

A diferenciação entre roupas femininas e masculinas na história da moda teve início em meados do século XIV. Vestidos eram peças utilizadas apenas por mulheres, acadêmicos e membros da Igreja. Já a calça apertada se restringia apenas aos homens.

A Renascença se destaca na história da moda por representar um período em que homens e mulheres se preocupavam em evidenciar certas características de seus corpos.

Os homens usavam roupas que deixavam seus ombros visivelmente mais largos e as mulheres buscavam uma forma semelhante ao do violão. O interesse das mulheres por suas cinturas foi essencial para o surgimento do corpete, o antecessor do nosso conhecido espartilho.

O rei do exagero

A extravagância na história da moda tem nome de rei. Luís XIV é conhecido na história da moda, entre outras coisas, por usar roupas extravagantes. A ideia era enfatizar a superioridade francesa através da vestimenta.

Luís XIV é conhecido na história da moda, entre outras coisas, por usar roupas extravagantes
Luís XIV é conhecido na história da moda, entre outras coisas, por usar roupas extravagantes

Durante o reinado de Luís XV, as armações responsáveis por dar volume as saias das mulheres francesas assumiram um volume grandioso. Historiadores relatam que era quase impossível que duas mulheres ocupassem o mesmo sofá devido ao volume das armações.

O “pai da alta-costura”

Ao contar a história da moda é impossível não falar de Charles Frederick Worth, o artesão responsável por abrir o primeiro ateliê de alta-costura em Paris, em 1858.

Conhecido como o “pai da alta-costura”, o nome de Worth ficou eternizado na moda. O estilista inglês é lembrado por ter substituído a crinolina pela anquinha, um tipo de armação utilizada para dar volume aos quadris e traseiro da mulher.

Charles Frederick Worth Conhecido como o “pai da alta-costura”
Charles Frederick Worth Conhecido como o “pai da alta-costura”

A silhueta dos modelos de Worth dominaram o período da Belle Époque. O estilo de corpo ampulheta com volume nos quadris e ombros e cintura fina dominou a época.

A Primeira Guerra Mundial e o guarda-roupa feminino

Momentos traumáticos como a Primeira Guerra Mundial exerceram influência na história da moda.

O luto vivenciado durante a guerra fez com que as roupas femininas assumissem tons sóbrios.

Devido ao momento, conforto passou a ser a palavra de ordem. As mulheres, obrigadas a trabalhar durante a guerra, preferiam usar roupas práticas e confortáveis.

Outra transformação no vestuário feminino foi o encurtamento das saias. A falta de tecidos para a confecção de roupas exigiu que as saias fossem encurtadas até a altura dos tornozelos.

Os chapéus, assim como as saias, reduziram de tamanho. O estilo conhecido como “clochê” se popularizou. O formato do chapéu permitia que ele se ajustasse perfeitamente ao corte de cabelo mais curto, dominante na época.

A importância de Chanel para a história da moda

Quando falamos dos anos 1920 é impossível não mencionar o nome de Gabrielle Bonheur Chanel, a estilista símbolo da mulher moderna. A relação de Chanel ou Coco, como era conhecida pelos amigos, com a moda começou em 1910, ano em que trabalhava em uma loja de chapéus.

Em pouco tempo, Chanel tornou-se dona de duas lojas onde vendia chapéus e roupas. O icônico endereço nº 31 da Rue Cambon da Maison Chanel, em Paris, permanece nos dias atuais.

O sucesso sempre bateu à sua porta

A história de Chanel também foi marcada pela presença de um grande amor, Arthur Capel, ou Boy como era conhecido.

Foi Boy quem a ajudou a abrir seu primeiro ateliê de chapéus e que anos mais tarde financiou as butiques da marca Chanel. A morte de Boy em um trágico acidente de carro foi, segundo a própria estilista, um golpe terrível em sua vida.

Elegância e minimalismo eram marcas registradas de seu estilo. O sucesso da estilista era tão grande que estima-se que em 1930, a sua grife tenha faturado a impressionante cifra de 130 milhões de francos.

Em 1919, Coco Chanel criou o “black dress”, um vestido preto de crepe com mangas compridas e justas. A ousadia da estilista se manifestou através da cor do vestido, já que na época o preto era pouco utilizado na alta-costura por ser um tom associado ao luto.

Atualmente, o “pretinho básico” é uma peça quase que indispensável no closet feminino.

Em outubro de 1926, a Vogue americana descreveu o “pretinho básico” como o “Ford” da Chanel, acrescentando que o mundo inteiro vestiria a peça. A comparação feita pela Vogue se deve ao fato de que o vestido, assim como o “Modelo T” da Ford, tinha um forte apelo comercial.

Impossível esquecer-se do famoso “Preto básico”

O estilo de Chanel

Características do estilo de Chanel, como a simplicidade e o uso de tecidos utilitários estão relacionadas à vida humilde que a estilista teve até encontrar o primeiro emprego, aos 20 anos.

Em 1884, Chanel e sua irmã foram deixadas pelo seu pai Henri-Albert Chanel em um orfanato em Aubazine. Na época, a futura estilista estava com 12 anos e havia acabado de perder sua mãe, Eugénie Jeanne Devolle.

Chanel, assim como sua irmã Julia, foram as únicas de seis irmãos que nasceram como ilegítimas. Apesar de seus pais terem um relacionamento na época, eles ainda não eram casados. O casamento aconteceu pouco tempo depois, acredita-se que por pressão da família de Jeanne.

Chanel conheceu o sucesso internacional na década de 1930 conquistado com a ajuda de atrizes famosas de Hollywood, que passaram a ser vistas usando os modelos da grife.

Foto 1: Reprodução/Instagram @harpersbazaarmx; Foto 2: Reprodução/Instagram @notes_from_paris
Foto 1: Reprodução/Instagram @harpersbazaarmx; Foto 2: Reprodução/Instagram @notes_from_paris

A Segunda Guerra Mundial foi um momento traumático para os negócios de Chanel. Em tempos de guerra, a moda não era vista como um assunto importante. Apenas perfumes e acessórios eram vendidos na loja da Rue Cambon.

Paris assistiu a volta da lendária estilista em 1954. Peças como cardigã, vestido preto e acessórios de pérolas tornaram-se símbolos da grife Chanel e marcaram a história da moda.

Estilistas e a 2ª Guerra Mundial

Assim como a guerra do início do século, a Segunda Guerra Mundial também trouxe consequências para a história da moda. Na Europa, berço de grandes etilistas da época, muitas maisons fecharam suas portas.

Influenciado pelos uniformes dos soldados, o vestuário feminino passou a contar com roupas e calçados mais sóbrios e pesados. Como consequência da guerra, fibras sintéticas, raiom e viscose assumiram o lugar antes ocupado pelos tecidos mais refinados. O racionamento de tecidos obrigou os estilistas a procurarem alternativas.

Foto 1: Reprodução/Instagram @silviabraz; Foto 2: Reprodução/Instagram @donnaanastasia_official. Clique na imagem e confira peças similares!
Foto 1: Reprodução/Instagram @silviabraz; Foto 2: Reprodução/Instagram @donnaanastasia_official. Clique na imagem e confira peças similares!

Em consequência do final da guerra surgiu nos Estados Unidos, em 1946, o ready-to-wear, ou seja, a produção em escala industrial que possibilitava que um único modelo de roupa tivesse diferentes numerações.

Mais tarde, a ideia foi importada para a França e transformado no famoso conceito do mundo da moda, o prêt-à-porter.

Em 1959, o ítalo-francês Pierre Cardin criou a primeira coleção prêt-à-porter. A coleção era uma parceria com a loja de departamentos parisiense, Printemps. A ideia era possibilitar que os clientes entrassem na loja, escolhessem suas roupas conforme sua numeração, e as levassem para a casa.

O império Dior

Outro nome que se destacou no pós-guerra foi o do estilista Christian Dior, dono do conhecido império de luxo. O lançamento da coleção “Carrole”, em 1947, marcou a história da moda.

A coleção apresentou peças como a saia na altura do tornozelo, vestidos volumosos, saias rodadas, ombros à mostra e modelos com a cintura definida.

O grande destaque da coleção batizada pela editora da revista americana Haper’s Bazar, Carmel Snow, de “New Look”, foi o modelo “Tailleur Bar”. Um casaquinho de seda acinturado com uma saia plissada preta na altura dos tornozelos compunham a coleção.

O principal objetivo de Dior era resgatar a elegância do vestuário feminino deixada de lado em tempos de guerra.

O estilista é citado como o responsável pelo renascimento de Paris pós-guerra e por ter colocado a cidade novamente no centro da moda internacional. O estilo mais pomposo de Dior, que utilizava em suas criações tecidos extravagantes, contrastava com a elegância e simplicidade de Chanel.

Em 1957, o mundo da moda foi surpreendido com a morte de Christian Dior aos 52 anos. Na época, o jovem Yves Saint Laurent foi escolhido para assumir o cargo de diretor artístico da marca.

A passagem de Saint Laurent pela Casa Dior durou apenas três anos. Embora tenha passado um curto período no cargo, o talento do jovem floresceu. As coleções finais de Dior, como a Linha Fuso de 1957, são bons exemplos da criatividade de Saint Laurent.

Anos 1960: movimento hippie e liberdade de expressão

Quebra de padrões e liberdade de escolha da mulher são palavras-chave para entender a década de 1960. A geração pós-guerra ou geração “baby boomers” como é conhecida, utilizava a moda para demonstrar o seu estado de espírito.

A ideia era se desprender dos padrões comportamentais e de estilo de décadas anteriores. Tudo o que lembrava o autoritarismo dos anos de guerra era deixado de lado.

O estilo de Elvis Presley influenciou os jovens

Rock’n’roll e os passos ousados do cantor norte-americano Elvis Presley marcaram a década. Quando imaginamos os anos 1960, certamente pensamos em couro, jeans, topetes suntuosos e lambretas.

Atores hollywoodianos como James Dean e Marlon Brando eram referências de estilo. É impossível não lembrar também da influência dos Beatles para a moda. As roupas elegantes como calças de boca fina e jaquetas de gola, além do corte de cabelo, eram amplamente copiados pelos jovens.

James Dean referência de estilo
James Dean referência de estilo

O período é lembrado também por ter sido a primeira vez na história da moda que os jovens não se vestiam como seus pais.

O guarda-roupa feminino dos anos 1960

No vestuário feminino, a minissaia se destacou. A peça era associada à juventude e à revolução sexual. A invenção da minissaia é creditada aos nomes dos estilistas Mary Quant e André Courrèges. Quando questionada, Mary dizia que a peça era uma invenção das ruas.

Assim como no guarda-roupa masculino, personalidades famosas eram nomes de referência para o vestuário feminino. Nomes como Jean Seberg, Audrey Hepburn, Natalie Wood se destacaram na época. Bonequinha de luxo virou um filme que lançou modas e tendênciasAlém da minissaia, a calça cigarrete também despertava o interesse das mulheres. 

Audrey Hepburn
Audrey Hepburn

O ano de 1965 é considerado revolucionário na história da moda, graças à coleção do francês André Courrèges. A coleção apresentava minissais, botas brancas e vestidos com corte reto. As calças estilo Saint-Tropez que deixam o umbigo de fora também começaram a aparecer nas ruas.

A década de 1960 é lembrada também pelas roupas unissex, as mulheres usavam calças jeans e camisas sem gola. Um bom exemplo é o smoking feminino criado pelo estilista Yves Saint Laurent, em 1966. Como resultado da perspicácia do estilista, a peça marcou o século XX.

Emílio Pucci: “o príncipe das estampas”

O estilista Emílio Pucci também é outro importante nome da história da moda. Suas peças coloridas de inspiração psicodélica marcaram a época.

Seu nome também é lembrado por ele ter lançado em 1960, as peças conhecidas como “cápsulas” . Tais peças consistiam em conjuntos em nylon elástico e de seda – antecessoras do famoso collant e roupas de ginástica em lycra popularizados na década de 1980.

Emílio Pucci foi apelidado pelo imprensa especializada da época de “o príncipe das estampas”.

Movimento “Paz e Amor” dos anos 1960

As roupas também foram influenciadas pelo movimento hippie. Cabelos longos, batas indianas, saias longas e calças estilo boca de sino faziam parte da indumentária dos jovens.

O movimento hippie tinha como principal bandeira se opor à Guerra do Vietnã. Estilistas como Emílio Pucci foram inspirados pelo movimento de contracultura da época. Estampas e roupas em tecidos leves foram incorporados pela alta-costura.

O festival de música Woodstock, ocorrido em 1969, teve importância inigualável para o movimento hippie, contribuindo para a sua popularização. Cantores como Jimi Hendrix, Janis Joplin e grupos como Jefferson Airplane participaram do festival. Os jovens simpatizantes do movimento hippie preferiam fibras naturais, fazendo menção à ideia “de volta à natureza”.

O ano de 1966 foi muito significativo para o estilista Yves Saint Laurent e para a história da moda. Neste ano, o estilista lançou a Rive Gauche, uma rede de butiques com roupas mais baratas que faziam referência à vida boêmia da região de Paris de mesmo nome.

A fase mais radical da moda foi protagonizada pelo estilista Paco Rabanne, que em 1967, apresentou uma coleção com inspiração espacial. Peças de argola de metal e discos de plástico estavam presentes na coleção.

Anos 1970: década do glam rock, do estilo discoteca e do punk

O visual dos anos 1970 foi inspirado no movimento hippie. Peças como vestidos, acessórios e calças boca de sino eram vistas com frequência. O visual hippie deu suas caras na moda no final dos anos 1960 e predominou até 1975, influenciando a alta-costura com acessórios como flores, túnicas e bordados.

A cena musical também influenciou o vestuário da década de 1970 . A androginia, o Punk e a discoteca foram alguns dos estilos vistos nas ruas.

O caso do movimento Punk é curioso. Apesar de se opor à sociedade de consumo, muitos estilistas se inspiraram em peças e acessórios utilizados por seus simpatizantes.

Tachas, camisetas grafitadas, roupas pretas de couro, coturnos e alfinetes deixaram de ser exclusividade dos punks. O movimento nasceu em Londres, em 1976, e tinha inicialmente como principais seguidores jovens desempregados e estudantes.

A década de 1970 também assistiu uma maior presença de estilistas de diversas nacionalidades no cenário da moda. Nomes como Calvin Klein, Jean Paulo Gautier, Claude Montana, Kenzo, Giorgio Armani e Ralph Lauren contribuíram para a internacionalização da moda.

Nos Estados Unidos, estilistas como Roy Halston Frowick e Calvin Klein se destacaram. Suas criações valorizavam a mulher profissional que necessitava de um guarda-roupa mais conciso.

Lojas de departamento como Bergdorf Goodman e Saks Fifth Avenue, localizadas em Nova York, perceberam o crescente desejo por roupas prêt-à-porter mais sofisticadas. Como resposta, decidiram abrir butiques internas em substituição aos departamentos de alta-costura.

O estilo glam rock

A teatralidade e excentricidade na história da moda surgiu a partir do glam rock. O movimento surgiu no começo da década de 1970 na Grã-Bretanha e após 1976 com o movimento da discoteca nos Estados Unidos.

Lantejoulas e collants justos eram peças vistas em ambos os movimentos, porém o glam rock é considerado o mais exuberante.

David Bowie
David Bowie

Artistas britânicos como Elton John e Marc Bolan eram legítimos representantes do movimento glam rock. A androginia de David Bowie que usava looks desenhados pelo estilista japonês Kansai Yamamoto também influenciou o estilo glam rock. Sapatos plataformas, mullets tingidos a mão, vestidos estampados e pinturas facial e corporal compunham o look da época.

Em Londres, butiques como a Biba de Barbara Hulanick e a Alkasura foram responsáveis por propagar o estilo glam rock. Peças como echarpes de plumas, coletes elaborados e blusões de lantejoulas eram facilmente encontradas.

Na década de 1970, o fenômeno da discoteca substituiu o movimento hippie.

O estilo discoteca

O auge do movimento discoteca ocorreu no final da década de 1970. A música latina, o funk e o soul influenciaram a moda. Tops tomara que caia de lantejoulas, blusas halter neck (tipo de decote que valoriza o colo feminino) de lurex e calças justas eram vistas com maior frequência.

Outro produto cultural que influenciou a moda foi certamente o filme “Os embalos de sábado à noite” de 1977, protagonizado por John Travolta. O filme colaborou para a disseminação do estilo discoteca. As ruas foram tomadas por tecidos elásticos sintéticos, vestidos de spandex (tecido com muita elasticidade) e sapatos de salto alto usados com meias curtas.

O estilo discoteca foi difundido no Reino Unido com a colaboração da marca Swanky Modes, que apresentava peças sensuais confeccionadas em lycra.

O glam rock e a discoteca tiveram seu fim anunciado com a surgimento do movimento Punk rock em 1976.

O movimento Punk rock

Londres é considerada o berço do fenômeno Punk rock, apesar das influências musicais terem surgido nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova York. O projeto do movimento Punk consistia na reunião de elementos como música alta e agressiva com roupas de mesmo caráter agressivo. As características principais do movimento são a indignação, a autoexpressão e a experimentação.

A propagação do estilo Punk ficou a cargo da loja Sex, cujos donos eram Vivienne Westwood e Malcolm MacLaren.

No cenário musical, a banda Sex Pistols se destacou. Apesar das polêmicas envolvendo a banda, as roupas usadas pelos seus membros geravam uma grande curiosidade. A estilista Westwood incorporou peças como “camisas anarquia”, “camisetas destruição”, “calças bondaje” e “trajes de carrasco”.

Por não ter recebido uma formação em desenho de moda, as peças de Westwood eram mais intuitivas. Uma de suas técnicas era cortar o tecido sobre o próprio corpo relegando o uso de superfícies planas. Para a confecção da camiseta rasgada tão vista em 1979, foi utilizada a técnica da estilista.

Na paleta de cores de Westwood se destacavam o vermelho, o preto, o branco, rosas fluorescentes e  o azul. A estampa xadrez também se destacou nas peças da estilista. Em relação à temática das roupas, ela dava preferência aos temas urbanos modernistas e à história celta.

Anos 1980: a década do exagero

A palavra que melhor define os anos 1980 certamente é extravagância. Peças como ombreiras, sobreposições, vinil e diferentes cores e formas marcaram a década.

Se os anos 1960 foram influenciados pelos baby boomers, os yuppies (Young Urban Professional), dominaram os anos 1980. Os ideais do movimento hippie, como à oposição ao consumo desenfreado, foram deixados de lado. Agora, consumir peças de grandes estilistas e marcas fazia a cabeça dos jovens.

As mulheres dos anos 1980

A maior presença das mulheres em cargos de chefia foi um fator essencial para o surgimento de um novo ideal feminino. Como consequência, a alfaiataria e ternos com ombros marcados dominaram o vestuário feminino.

Caso semelhante aconteceu com a saia longa. A peça antes associada à ingenuidade nos anos 1960, passou a representar poder e liberdade na década de 1980.

A popularidade do terno foi essencial para que a empresa alemã Hugo Boss conquistasse prestígio internacional. Desde a sua fundação em 1923, a marca produzia roupas de trabalho e uniformes.

Apesar disso, o terno prêt-à-porter feito com tecidos de qualidade e com uma silhueta considerada mais masculina colocou Hugo Boss nos holofotes da moda.

Além disso, a marca também é lembrada por ter protagonizado um dos primeiros casos de merchandising. Sua etiqueta foi vista no Miami Vice, um dos seriados mais populares da época.

Além das roupas, a indústria publicitária da época incentivava os jovens profissionais usar acessórios como o relógio Rolex, o mocassim Gucci e a agenda Filofax.

A mudança de atitude, com destaque para o florescimento de um glamour mais adulto, foi essencial para a criação de impérios da moda.

Rauph Lauren, Calvin Klein e Giorgio Armani souberam aproveitar o furor do consumo de moda. Consequentemente, seus nomes foram eternizados na história da moda.

Giorgio Armani marcou a história da moda

Nos Estados Unidos, a presidência de Ronald Reagan sinalizou a volta da recepção formal. Eventos organizados durante o seu mandato, como bailes de caridade e jantares do Estado, exigiam o uso de traje a rigor e de vestidos longos.

A ficção também ajudou a construção do estilo de vida mais glamouroso. Seriados de TV como Dallas e Dynasty apresentavam atores com figurinos pomposos. O trabalho do estilista americano Nolan Miller era exaltado.

A ostentação dos anos 1980

Além das roupas, a ostentação também estava presente nos acessórios caros usados pelas atrizes. Historiadores consideram os anos 1980 como a década do exibicionismo social.

Fatores como a desregulamentação do mercado financeiro pela política de Reagan e reformas fiscais contribuíram para o aumento da renda das classes mais abastadas dos Estados Unidos.

Em relação aos acessórios, a bolsa de luxo passou a ser considerada artigo de coleção.

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Diante desse novo cenário, as mulheres norte-americanas davam preferência às roupas refinadas da grife Carolina Herrera para compor o look diurno e para eventos que aconteciam à noite recorriam às peças luxuosas de Arnold Scaasi.

A história da moda vivenciou um importante fato na década de 1980. Era a primeira vez que clientela e estilistas se misturavam em eventos sociais. O estilista Oscar de la Renta era visto circulando pelos eventos da alta sociedade americana. Oscar chegou a ser convidado para recepções formais na Casa Branca.

O hip-hop e a moda das ruas

O movimento hip-hop que surgiu no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 nas cidades americanas dava suas caras. Entre as questões enfatizadas pelo movimento, destacam-se a cultura afro-americana e a preocupação com os problemas sociais enfrentados por populações urbanas.

Como vários outros movimentos, o hip-hop influenciou a história da moda. Roupas em tecido kente (popular na cultura africana) e cores como verde, preto, amarelo e verde dominavam o vestuário de seus admiradores.

Em 1989, surgiu a primeira empresa especializada em roupas da cultura hip-hop . O responsável pela iniciativa foi Karl Kani, que inaugurou uma grife que leva o seu nome.

Cultura hip-hop propagou o uso de roupas esportivas

Como resultado da expansão do movimento, artistas como LL Cool J, Public Enemy e Run-Dmc contribuíram para a difusão do uso de roupas esportivas e de rua. Sendo assim, a alta moda e grifes tradicionais passaram a ser rejeitadas pela comunidade do hip-hop.

Anos 1990: a década da diversidade de estilos

A palavra que melhor descreve a moda no anos 1990 é diversidade. Diferentes estilos e composições conviviam juntos. Apesar disso, peças como jeans coloridos e blusas tipo segunda pele eram tendências da época.

Como em outras décadas, a música também influenciou os jovens dos anos 1990. O Grunge, um subgênero do rock, era um grande influenciador do estilo e do comportamento dos jovens.

Peças mais despojadas como calças e bermudas largas e camisas xadrez compunham o visual Grunge. Um marco do advento do estilo Grunge foi a coleção de Marc Jacobs para a Perry Ellis, uma marca de roupas esportiva americana. Apesar da iniciativa de Marc Jacobs, a coleção foi considerada um fiasco. Os consumidores não reagiram muito bem às peças que remetiam a um estilo mais desleixado.

Além da influência do campo musical, a década também foi marcada por releituras de estilos dos 1960, com cores claras e 1970, com os calçados plataformas.

O retorno da moda dos anos 1990

Peças amplamente utilizadas durante a década de 1990 parecem ter conquistado as famosas nos últimos anos. Calça de cintura alta, jeans rasgado, camisa xadrez e óculos redondos são usados por celebridades e por pessoas apaixonadas pela moda. Muito dessas tendências podem ser vistas no filme patricinhas de Berbely Hills!

E depois dos anos 2000 o que te inspirou mais? Deixe seu comentário!

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