Amsterdam Sauer – uma das maiores joalherias do mundo no coração do Brasil
Se você aprecia joias trabalhadas com gemas de pedras preciosas, então você já deve ter ouvido falar sobre a empresa brasileira Amsterdam Sauer. A grife se transformou em uma referência mundial no segmento de joias cravejadas de gemas devido a sua expertise especial nessa área.
Com seu design único e uma qualidade incomparável em seus produtos, a Amsterdam Sauer sabe como ninguém aliar a tecnologia com técnicas artesanais tradicionais, obtendo, assim, peças únicas criadas a partir de altos padrões.
Confira a seguir a história da fundação daquela que se tornou uma das principais grifes brasileiras.
Como surgiu a Amsterdam Sauer
A história da grife começa a ser traçada em 1939, quando o francês Jules Roger Sauer, que na época tinha 18 anos, veio para o Brasil como forma de fugir da perseguição que acontecia contra os judeus na Europa naquela época, devido à ascensão do nazismo de Hitler.
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Ao chegar no Brasil, Jules apaixonou-se pelo mundo das pedras preciosas, e então decidiu estabelecer-se na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A capital mineira tinha na época a maior diversidade de gemas de cor do mundo.
Esse foi o início da jornada de Jules, que viria a dedicar-se integralmente ao mundo dos garimpos de gemas de cor, gerando grandes transformações e descobertas para o setor da joalheria.
Com um capital inicial de aproximadamente 10 mil dólares, o francês fundou sua empresa em 1941, com o nome de Lapidação Amsterdam Limitada. A cidade holandesa de Amsterdã serviu de inspiração para o nome por ser naquela época o berço de excelência na lapidação e comércio de diamantes.
Seu nome visionário já indicava que a marca havia nascido para mudar o cenário da alta joalheria brasileira.
Com poucos anos de atuação, a Amsterdam Limitada se transformou em uma importante empresa no segmento de vendas de pedras preciosas. Nos seus primeiros anos, já trabalhava com a mineração, compra, lapidação e vendas por atacado de gemas de cor de alta qualidade. As principais pedras que comercializava na época eram topázios imperiais, turmalinas, águas-marinhas, ametistas e citrinos.
As primeiras esmeraldas
Jules se casou em 1950 com a polonesa Zilda Waks, naturalizada brasileira. Zilda era sua assistente na época. Após o casamento, o casal decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, que na época era o centro financeiro e a capital do Brasil. Foi lá que o casal acrescentou a prática de fabricação de joias à lista de atividades executadas pela empresa.
O que ele julgou, inicialmente, serem berilos verdes se mostraram verdadeiras esmeraldas. Especialistas alemães e ingleses recusaram-se a reconhecer a qualidade das pedras encontradas no local, então Jules decidiu recorrer ao Gemological Institute of America (Instituto Gemológico Americano), a instituição de gemologia mais prestigiada do mundo. Dessa forma, conseguiu a certificação das primeiras esmeraldas produzidas no Brasil.
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Esse fato é de extrema importância pois configura um grande marco histórico no país, uma vez que, apesar de séculos de procura, ainda não tinham sido registradas ocorrências da esmeralda em território brasileiro.
Com isso, o mundo passou a reconhecer o Brasil como um grande produtor de esmeraldas, o que foi um momento decisivo na história do comércio brasileiro de gemas.
O mesmo veio a acontecer com a descoberta e reconhecimento internacional da Opala Brasileira, também conhecida como Opala do Piauí. Foi a partir de descobertas desse calibre que a Amsterdam Limitada veio a se tornar a mais respeitada expert em esmeraldas brasileiras e colombianas da América do Sul.
Além disso, é também a responsável pela divulgação internacional de gemas valiosas e raras no Brasil: o Topázio Imperial (encontrado apenas em território brasileiro), a Opala do Piauí e a Turmalina Paraíba, pedras exuberantes e de belezas únicas e incomparáveis.
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Outro grande feito notável de Jules foi a compra da água-marinha mais famosa do país, o que ocorreu em meados da década de 50. A pedra pesava 36,6 quilos, e ganhou o nome de Martha Rocha, em alusão à Miss Brasil.
Jules acumulou uma série de habilidades, tornando-se um exímio pesquisador, minerador, exportador, lapidador, colecionador, atacadista e varejista no setor de pedras preciosas. Fugindo do extermínio judeu durante a Segunda Guerra Mundial, o francês veio para o Brasil para se tornar um dos maiores protagonistas da história da joalheria brasileira.
A primeira loja física
Foi no clima badalado e enérgico do Rio de Janeiro de 1956 que a empresa veio a inaugurar a sua primeira loja. O desafio, no entanto, era enorme: seria necessário encontrar um lugar que pudesse corresponder a tanto requinte.
Foi assim que a joalheria brasileira se estabeleceu no térreo do Edifício Chopin, na Avenida Atlântica, ao lado do lendário hotel Copacabana Palace e de frente para o mar, onde se encontra até hoje.
A loja foi inicialmente batizada como Sauer, e foi um importante passo para chamar a atenção do público brasileiro, que até então se interessava quase que exclusivamente por peças feitas com diamantes. Posteriormente, a empresa tornou-se uma única entidade, com o nome de Amsterdam Sauer, como é hoje conhecida.
A sua segunda loja foi aberta em um local tão refinado quanto o primeiro, na antiga Avenida Central da capital carioca.
Diamond International Award
Foi em 1966 que a Amsterdam Sauer conquistou o seu primeiro Diamond International Award, prêmio da mais alta consagração da joalheria internacional. A peça responsável por esse prêmio foi o anel Constellation, criado pelo designer Marcel Küng.
Em 1992, o bracelete Luna, criado por Iany Inoue, também foi premiado, e posteriormente, em 2000, o colar Fireworks de Bialice Duarte. Todos os prêmios foram conferidos pela prestigiada De Beers, importante conglomerado de empresas envolvido na mineração e comércio de pedras preciosas.
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Durante os anos seguintes ao primeiro Diamond International Award, a Amsterdam Sauer dedicou-se a diversificar a sua linha de produtos. Além disso, investiu na expansão da sua rede de lojas, localizadas em pontos sofisticados e frequentados por turistas com gostos refinados e sempre estrategicamente posicionadas próximas de hotéis de luxo e de aeroportos internacionais.
O primeiro site de compras do segmento de alta joalheria no Brasil foi criada pela Amsterdam Sauer, em 1997, pioneira nessa inovação.
Em parceria com grandes laboratórios suíços, a grife desenvolveu uma sofisticada linha de relógios. Em 2002 foi lançado o Tourbillon Amsterdam Sauer, primeiro relógio feito no Brasil a oferecer tamanha sofisticação tecnológica.
Com o passar dos anos, outros itens masculinos passaram a fazer parte do portfólio de produtos da marca: abotoaduras, prendedores de gravata, pingentes, entre outros.
Coleções especiais e os 70 anos da marca
Quando a joalheria completou 70 anos em 2011, a empresa lançou uma coleção especial em comemoração a esse momento tão especial. A coleção era composta por sete linhas limitadas e únicas, incluindo itens como brincos, colares, braceletes e anéis.
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Em 2016 a Amsterdam Sauer desbravou mais um nicho bastante específico e exigente: as noivas. Ao lançar a Bridal Collection, sua primeira linha própria para esse público, a joalheria gerou encanto através de anéis de noivado adornados com pedras como rubis, safiras, esmeraldas, turmalinas e diamantes.
A coleção conta também com outros tipos de joias, como tiaras, braceletes, brincos e colares, criadas para serem usadas em um dia tão marcante.
Nesse mesmo ano a marca apresentou a Tribes, coleção para comemorar os seus 75 anos. Essa linha de criação foi inspirada em adornos de tribos africanas, ameríndias pré-colombianas, indígenas brasileiras e navajo.
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Também foi lançado um livro pela joalheria, composto por fotografias de 75 mulheres de diferentes áreas, clicadas pelo fotógrafo Bob Wolfenson, que já atuou na revista Abril. O dinheiro arrecadado com a venda da publicação foi destinada à ONG Spectaculu, do arquiteto Gringo Cardía e da atriz Marisa Orth.
Zilda Waks faleceu em 2013 e Jules Sauer em 2017, deixando dois filhos, sete netos e quatro bisnetos, além do seu enorme legado artístico e histórico para a alta joalheria brasileira e mundial.
Os diamantes tradicionais também são oferecidos pela grande grife aos seus clientes, através do nome Diamantes Legacy Amsterdam Sauer. A coleção dispõe de peças exclusivas e deslumbrantes, lapidados com 82 facetas.
Além de explorar as pedras preciosas mais conhecidas e tradicionais, a Amsterdam Sauer é responsável também pela introdução e divulgação de gemas inicialmente menos conhecidas no país.
O legado histórico da Amsterdam Sauer
Em 1989 foi inaugurado o Museu Amsterdam Sauer de Pedras Preciosas e Minerais Rosas, localizado em Ipanema. O local se tornou uma das maiores riquezas do bairro mais badalado da capital carioca.
No museu é possível encontrar a maior coleção privada de pedras preciosas da América do Sul e réplicas cenográficas de minas de esmeraldas, águas-marinhas, opalas e turmalinas. Mais de três mil pedras brutas e lapidadas estão em exibição no museu, incluindo um exemplar de 635 quilates de água-marinha, formando um acervo único de raridade e beleza.
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Algumas das peças encontradas no museu são, inclusive, citadas no Guinness Book (O Livro dos Recordes), devido a sua raridade e importância.
Também é possível encontrar diamantes com cores variadas e deslumbrantes, como rosa, verde e azul. Cristais gigantes completam o patrimônio, incluindo um topázio transparente de 68 quilos, um dos maiores já encontrados em todo o mundo.
A única réplica da Coroa Imperial de D. Pedro II (considerada a joia mais importante do acervo histórico brasileiro) também pode ser vista em uma visita à exibição.
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O Museu Sauer é o único do mundo a contar com réplicas de minas em tamanho natural, capazes de transportar seus visitantes para cenários do interior do Brasil. Atualmente, o museu compõe o roteiro dos mais importantes pontos turístico-culturais do Rio de Janeiro.
No seu prédio há também, é claro, uma loja Amsterdam Sauer, onde os visitantes podem adquirir suas próprias peças da grife. Além disso, há um espaço cultural e de eventos, que recebe palestras, cursos e treinamentos a respeito dos assuntos envolvendo essa categoria.
A Amsterdam Sauer nos dias atuais
A empresa é hoje a única joalheria brasileira a manter total controle do ciclo produtivo, desde a mineração, lapidação e polimento das pedras, passando pelas etapas de criação e confecção da joia até a sua comercialização. As peças são confeccionadas manualmente por uma equipe de artesãos.
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As joalherias da rede Amsterdam Sauer mantêm a mesma filosofia e essência dos tempos de Jules e Zilda, que faziam questão de atender pessoalmente os clientes do mundo todo que vinham para o Brasil conhecer as suas peças.
Dessa forma, a marca permanece com um número reduzido de pontos de venda, priorizando um atendimento individualizado e personalizado e com lojas que favorecem uma atmosfera mais intimista e exclusiva.
Atualmente a rede conta com 15 lojas exclusivas, espalhadas em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Foz do Iguaçu, Los Angeles e Nova York. Além disso, conta também com representantes em diversas outras grandes cidades ao redor do mundo, estando presente em 10 países.
Muito conhecedora do público específico que atende, a grife também oferece seus produtos a bordo de navios de cruzeiros de luxo. A Amsterdam Sauer conta hoje com um corpo de funcionários de 350 pessoas.