Moda e Poluição: estudo revela quem avança e quem falha
Em um momento em que sustentabilidade virou palavra-chave — ou, ao menos, um item obrigatório no discurso de marketing —, um relatório sobre moda e poluição divulgado recentemente joga luz sobre uma verdade incômoda: muitas das grandes marcas ainda estão aumentando suas emissões de carbono, apesar das promessas de responsabilidade ambiental.
Chamado Fossil Free Fashion Scorecard 2025, o estudo foi conduzido pela organização ambiental Stand.earth e avaliou o desempenho climático de 42 nomes de peso da moda e do setor de calçados. O foco? Muito além de promessas genéricas: o relatório mede ações concretas, redução de poluentes e transparência nas cadeias de produção. Os resultados são um alerta — e um convite à reflexão.
Para cada passo adiante, seis para trás
Segundo o relatório sobre moda e poluição, apenas três das 42 marcas analisadas conseguiram reduzir emissões em linha com a meta de 1,5 °C do Acordo de Paris. Ao mesmo tempo, 17 aumentaram sua pegada de carbono, criando um cenário preocupante: para cada avanço, há quase seis retrocessos.
Moda e Poluição: Shein lidera o ranking de quem mais polui
Com crescimento explosivo e modelo baseado em hiperprodução, a Shein registrou um aumento de 170% em suas emissões em apenas dois anos — um número tão alto que rivaliza com as emissões anuais de países inteiros, como o Líbano. A marca recebeu nota “F”, a pior possível no levantamento. Também foram mal avaliadas Boohoo, Aritzia, Columbia e Under Armour, criticadas por falta de transparência e ações ambientais concretas.
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H&M e Eileen Fisher: exemplos de progresso
Apesar do cenário preocupante, algumas marcas merecem destaque positivo. A H&M, com nota B+, foi reconhecida pelo apoio a fornecedores na transição para energias limpas, especialmente em Bangladesh. Já a Eileen Fisher foi elogiada pelo uso de fibras recicladas e por eliminar progressivamente materiais derivados de combustíveis fósseis — um feito importante para uma marca de menor escala.
A Lululemon também mostrou evolução, estabelecendo uma meta de 50% de energia renovável em sua cadeia de suprimentos até 2030, e melhorando significativamente desde o último relatório sobre moda e poluição, publicado em 2023.

(Fotos/Reprodução instagram @hm). Clique na imagem e descubra peças da marca!
Modelos circulares ganham força
Se há uma tendência animadora, é a adoção de programas de revenda e reparo: 95% das marcas analisadas já oferecem esse tipo de serviço. A economia circular, antes vista como nicho, começa a ser tratada como estratégia de negócio. Um indicativo de que, sim, é possível unir consciência e lucro.
Transparência é o novo luxo
Em um cenário em que as palavras “verde”, “eco” e “responsável” são usadas à exaustão, dados como os do relatório sobre moda e poluição ajudam a separar o marketing do compromisso real.
No fim das contas, não se trata apenas de saber o que está na moda, mas sim como essa moda é feita — e qual o custo real de uma peça barata. Em um cenário onde dados substituem promessas vazias, escolher onde (e com quem) consumir é também um posicionamento.
A pergunta que fica é: na próxima vez em que você olhar uma vitrine, vai considerar só o preço… ou também o impacto por trás da etiqueta?