A história real do filme House of Gucci!
A Gucci é uma das marcas mais conhecidas e famosas no mundo da moda. Ela se tornou referência no ramo por suas peças, principalmente suas bolsas, que possuem modelos inovadores, divertidos e qualidade excepcional.
A maison italiana é conhecida atualmente por seu estilo descolado e muito moderno, repleta de peças coloridas, estampadas que são as queridinhas do momento entre diversas celebridades e fashionistas ao redor do mundo.
O que muitos não sabem, é que sua história (que completa 100 anos em 2021) é recheada de intrigas e escândalos, principalmente entre os familiares da família Gucci, fatos que são mostrados no novo filme “House of Gucci”.
Confiram abaixo mais sobre a história real que serviu de inspiração para o longa:
O Filme “House of Gucci”
Dirigido pelo aclamado diretor Ridley Scott e estrelado por Lady Gaga, Adam Driver, Jared Leto e Jeremy Irons, “House of Gucci” é baseado no livro ‘The House of Gucci: A Sensational Story of Murder, Madness, Glamour, and Greed’ da autora Sara Gay Forden, lançado em 2001.
O filme é ambientado entre as décadas de 1970 a 1990 e retrata os eventos e consequências do assassinato de Maurizio Gucci, empresário italiano e chefe da casa de moda Gucci, orquestrado por sua ex-esposa Patrizia Reggiani.
A história real de ‘House of Gucci’
A história contada no filme começa na década de 1970, quando a terceira geração da família Gucci entra em cena e começa a atuar na empresa que foi fundada por Guccio Gucci em 1921 em Florença. Maurizio Gucci é enviado para Nova Iorque para trabalhar com seu tio, Aldo (filho de Guccio), e estabelecer uma linha de sucessão dentro da casa.
Enquanto isso, o primo de Maurizio, Paolo, é demitido da Gucci e tenta iniciar uma linha própria, o que desencadeia uma série de ações judiciais, sem contar um drama secundário envolvendo o pai de Paolo que viria acabar com o mesmo também sendo indiciado e preso por fraude fiscal.
Após seu pai, Rodolfo Gucci, falecer em 1983, Maurizio disputou o comando da empresa com seu tio Aldo e ficou com 50% das ações, o que lhe permitia tomar importantes decisões na empresa. Nesta época, ele já era casado com Patrizia Reggiani. Segundo a mesma, os dois se conheceram em uma festa da alta sociedade, e foi “amor à primeira vista”.
O casal então se casou em 1973 e tiveram duas filhas: Allegra e Alessandra Gucci. Onze anos mais tarde, em 1984, Maurizio fez as malas e disse à esposa que estava partindo em uma viagem de negócios apenas para enviar um amigo no dia seguinte para informá-la de que a havia deixado para sempre, indo então viver com uma nova namorada.
O assassinato de Maurizio Gucci
Em 1993, oito anos após deixar a esposa, Maurizio vendeu suas ações da Gucci para a Investcorp, após a empresa perder milhões de dólares sob seu comando, encerrando assim a participação da família Gucci na marca. Esta foi uma decisão que não agradou Patrizia, já que afetava a herança de suas filhas.
“Eu estava brava com Maurizio por causa de muitas coisas naquela época. Mas, acima de tudo isso, sobre perder o negócio da família. Foi estúpido e foi um fracasso. Eu estava cheia de raiva, mas não havia nada que eu pudesse fazer. Ele não deveria ter feito aquilo comigo,” disse ela em uma entrevista com o jornal The Guardian em 2016.
O divórcio entre Patrizia e Maurizio foi finalizado em 1994, e, 27 de Março de 1995, Gucci foi assassinado com quatro tiros ao chegar em seu escritório em Milão, sendo três nas costas e um na cabeça. O porteiro do prédio, Giuseppe Onorato, também foi atingido com dois disparos no braço e sobreviveu, se tornando testemunha chave no caso. Segundo ele, “o senhor Gucci chegou segurando algumas revistas e desejou bom dia. Então eu vi uma mão, bonita e limpa, apontando uma arma”.
Na época, Patrizia Reggiani foi imediatamente considerada como suspeita, por conta de sua raiva declarada contra Gucci após a separação, as traições e a venda de seu império. Porém, só foi presa dois anos mais tarde, sendo acusada de arquitetar o assassinato do ex-marido.
O julgamento
O julgamento de Patrizia foi realizado na cidade de Milão com uma intensa cobertura da imprensa. Segundo informações do jornal NY Times da época, ela temia que Gucci quisesse se casar oficialmente com sua nova namorada, o que dividiria ainda mais a herança das filhas. De acordo com a revista Harper’s Bazaar, um diário encontrado na casa de Reggiani tinha a palavra “paraíso” escrita na data da morte de Gucci, algo considerado como uma prova importante pelo tribunal.
Ao final do julgamento, Reggiani, que sempre se declarou inocente, foi condenada a 29 anos de prisão ao lado de outras quatro pessoas, que receberam diferentes penas: Pina Auriemma, amiga de Reggiani que teria ajudado a planejar o crime, um amigo de Auriemma que teria contratado o atirador, o atirador em si, e o motorista de fuga que teria agido no dia do crime. Posteriormente, sua pena foi reduzida para 26 anos de encarceramento e deixou a prisão em 2016 em regime semiaberto, que inclui um programa de trabalho e serviço comunitário.
Em uma entrevista ao jornal La Repubblica em 2014, Patrizia afirmou que respeita a sentença e já havia cumprido, porém reitera que é inocente e diz que foi extorquida por Pina Auriemma e seu amigo. Curiosamente, ela também revelou o desejo de voltar a se envolver com a famosa marca de artigos de luxo: “adoraria voltar para a Gucci. Eu me sinto como uma Gucci, aliás, como a mais Gucci de todas”.
“House of Gucci” está em exibição nos principais cinemas no território brasileiro.
Já conhecia a história real por trás trama do filme? Já assistiu o filme? Nos conte nos comentários!