Tudo sobre a Semana de Alta Costura F/W 22/23!
Uma das mais importantes datas do calendário da moda é a semana de Alta Costura, onde as marcas que fazem parte do Chambre Syndicale de la Haute Couture apresentam suas coleções exclusivas de peças que são feitas artesanalmente com materiais da mais alta qualidade.
Após as últimas temporadas de desfile serem afetadas por conta da pandemia do COVID-19, o formato tradicional com a presença de diversos convidados em locações e cenários deslumbrantes voltou a acontecer, e grandes marcas como Chanel, Christian Dior e Balenciaga foram apenas algumas que apresentaram suas belíssimas coleções de Outono/Inverno 2022/23 que chamaram a atenção de milhares de pessoas durante a primeira semana de Julho.
Confira todos os detalhes dos principais desfiles da Semana de Alta Costura Outono/Inverno 2022/23!
Chanel
O desfile da Chanel sempre é um dos mais esperados tanto da temporada de Alta Costura quanto das temporadas regulares. Para o Outono/Inverno 2022/23, a marca francesa decidiu retornar para a década de 1930, porém com uma visão jovial, ocidental e equestre.
Com o clube de equitação privado Étrie de Paris como palco para o desfile, Virginie Viard orquestrou uma apresentação um cujo fio condutor foi a homenagem à coleção de joias Bijoux de Diamants de 1932 de Coco Chanel, que atualmente está sendo celebrada com uma exposição temporária de seis dias no Grand Palais Ephemère.
Na passarela, modelos desfilavam com saias com comprimento bem abaixo das panturrilhas, jaquetas de costas quadradas com gola, cortadas não muito rente ao tronco e muitas vezes desabotoadas, ternos com jaquetas que possuem quatro bolsos “inclinados”, calças de montarias e colares de asas duplas. Casacos com listras horizontais, botas de caubói com saltos inclinados, chapéus de 10 galões, saias brilhantes e peças com mangas bufantes também puderam ser vistas no desfile.
Além disso, é claro, as clássicas peças em tricô, tweed e vestidos de festa em chiffon preto também fizeram suas aparições.
“Meu ponto de partida foi 1932 e aquela época. Em parte porque seus elementos gráficos e construtivistas funcionam muito bem com a Chanel. Em termos de cores, eu sempre amei o verde, então gravamos todo o filme contra um fundo verde, mas falso. As modelos dentro do que parecia um carro, mas não era”, disse Virginie Viard
No quesito cores, Sandy Beige, Dark Raspberry, Vibrant Lime, Castleton Green e Bright Oatmeal foram algumas das escolhidas para esta coleção de alta costura.
Para conferir o desfile completo, basta assistir o vídeo abaixo:
Christian Dior
Para a coleção de Alta Costura Outono/Inverno 2022/23, Maria Grazia Chiuri se inspirou na Árvore da Vida, resultando em uma coleção com tom folclórico, mas ainda sim majestoso e com acabamentos técnicos especiais e bordados superlativos.
Continuando com a tradição, o desfile aconteceu no Museu Rodin, que teve as paredes do espaço de exposição do jardim cobertas com enormes bordados, selecionados de múltiplas culturas e tradições artísticas e também fez referência ao trabalho da artista ucraniana Olesia Trofimenko e o foco da coleção, a Árvore da Vida.
Os materiais usados nas peças são relativamente simples, sendo o linho cru, crepes de lã leve e xadrez áspero os escolhidos, porém, a construção era intrincada e o bordado de uma grande delicadeza. As criações são baseadas em uma paleta de cores de 40 tons de bege, como areia, café com leite e caramelo, com muitos detalhes em preto. As roupas têm acabamento com faixas de guipur; padrões geométricos em soutache e malhas de cetim eslavo.
Também estiveram presentes na passarela boleros e blazers bege costurados à mão com galhos, folhas e flores que foram bordados pelo Atelier Lesage. A estética da coleção girou em torno da elegância discreta e a mensagem é a renovação e o ciclo da vida. Praticamente todos os looks tinham algum bordado, embora suas origens não fossem muito fáceis de identificar. Sua silhueta era modesta, com muito pouca pele exposta, com saias que se estendiam até as canelas.
Na visão de Chiuri, estampas e padrões viajam através dos países, sobrepondo-se entre culturas, novamente como a Árvore da Vida. A coleção apresenta uma alta costura sincrética, baseando-se em elementos de muitas culturas para criar algo novo.
Para conferir o desfile completo, basta assistir o vídeo abaixo:
Balenciaga
Os desfiles da Balenciaga são sempre polêmicos e dividem opiniões, o que não foi diferente na coleção de Alta Costura de Outono/Inverno 2022/23! Este foi o segundo desfile de Demna Gvasalia no cargo de diretor criativo da maison e contou com presença de celebridades na passarela como a modelo britânica Naomi Campbell, a atriz Nicole Kidman, a cantora Dua Lipa e a empresária e socialite Kim Kardashian.
Já no começo houve impacto quando foi aberto por cerca de 20 figuras mascaradas, seguidos dos sete primeiros vestidos confeccionados em neoprene e com silhuetas variadas: desde bodys e vestidos justos finos, a vestidos japoneses e botas altas pela coxa grandiosas. O tecido foi até mesmo usado em ternos masculinos.
Na metade do desfile, a coleção mudou, com glamour hipster visto em um vestido de rede de cristal prateado usado sobre um terno de pele com luvas, minivestidos de cocktail em viscose com miçangas pretas ou maxivestidos azuis com plumas que foram tricotados. Roupas urbanas também fizeram aparições, como casacos jeans de tamanho exagerado em azul desbotado, vestido jeans usado com um casaco Catedral de gola alta, muitas parkas e looks de couro confeccionados em tecidos de estoque morto.
“Bem-vindo, pois não é a sua primeira vez. A última vez foi sobre a herança e o legado de Cristóbal Balenciaga. Desta vez, quis colocar mais do meu próprio coração, para seguir os meus próprios instintos. Uma nova fusão”, explicou Demna
Para conferir o desfile completo, basta assistir o vídeo abaixo:
Schiaparelli
O desfile da marca francesa Schiaparalli, assim como a Chanel, é sempre um dos mais aguardados da Semana de Alta Costura por conta de suas criações exuberantes e únicas. A maison abriu a temporada e teve seu desfile no Museu de Artes Decorativas do Louvre, onde mostrou uma coleção que era uma evolução lúdica dos códigos e arquivos da grife.
O desfile começou com uma modelo trajando um blazer de veludo que continha detalhes de bordado de cachos de uvas pretas, tendo inspiração nos arquivos originais de Elsa Schiaparelli, por mais que esta peça possuísse nas costas um espartilho na cor champagne. Na passarela, também foram vistos espartilhos de crepe preto, vestidos decotados, sutiãs transparentes confeccionados em renda chantilly, além de peças com silhuetas dramáticas em tons sóbrios. Além disso, foi possível ver um experimento com flores que saem das roupas como esculturas, sempre seguindo a receita de bases “simples” e adornos fantásticos que consagrou Daniel.
“Queríamos o rigor e a simplicidade do passado, mas com mais alegria, diversão e feminilidade. Inspirando-se em Elsa, em um momento crucial para a maison“, explicou Daniel Roseberry, diretor criativo da marca que está há apenas 2 anos à frente do cargo.
O ponto alto do desfile talvez tenham sido os acessórios e bordados, já que que o atelier Schiaparelli colocou espigas de trigo metálicas, espigas esculturais, pérolas verdes pálidas, formando cachos de uva e também cruzamentos surrealistas em peças talhadas com ombreiras nas criações. As modelos também trajavam chapéus barqueiro de abas largas com detalhe de pombas douradas.
A apresentação terminou num esplendor de glória, com túlipas pintadas à mão em 3D, pedras roxas e flores metálicas, brotando de vestidos de veludo preto sem alças, e espartilhos de cetim lilás.
Para conferir o desfile completo, basta assistir o vídeo abaixo: