O Impacto do Second Hand no consumidor

É comemorado no dia 25 de Agosto o Dia Mundial do Second Hand, um dia feito para a reflexão sobre o consumo consciente, reciclagem, re-uso e todas as práticas envolvidas na moda circular.

Este nicho vem crescendo a cada ano, mostrando a mudança do olhar das pessoas em relação às peças paradas no guarda-roupas, a ampliação do entendimento da importância do consumo consciente e a crise econômica causada pela pandemia fez com que as peças de luxo com preços mais convidativos ganhassem destaque.

Como já falamos em outro artigo neste blog, o mercado de second hand/resale tem uma expectativa de aumento de 126% até 2026, sendo essa projeção 3x mais rápida do que a do mercado de roupas tradicional, segundo um relatório divulgado pela ThredUp.

Mudança no Guarda-Roupa

Ainda de acordo com o mesmo relatório, as peças second hand estão transformando os armários dos consumidores, mostrando que cada vez mais eles estão conscientes e dispostos a mudar a maneira que consomem. Artigos de segunda mão caracterizaram apenas 4% do guarda-roupa de inúmeras pessoas em 2011, porém houve um salto para 9% em 2021 e tem um crescimento esperado de 9 pontos até 2031.

Além de se abrirem mais a possibilidade de comprar em lojas second hand, os consumidores estão se mantendo mais fiéis a estes estabelecimentos. Conforme a ThredUp, 81% dos compradores que foram entrevistados para a pesquisa e que compraram pela primeira vez em brechós disseram que gastariam a mesma quantidade ou mais neles nos próximos cinco anos.

Além do mais, as gerações Millenial e Z estão gastando uma grande proporção de seu orçamento de vestimenta em peças second hand do que estavam há cinco anos, o que mostra a grande mudança de comportamento de consumo destas faixas etárias. 70% dos compradores dizem que é mais fácil comprar em brechós agora do que era há alguns anos atrás, graças ao surgimento da tecnologia e mercados online.

Maior Aceitação e Interesse em compra

Em 2021, 244 milhões de consumidores dos Estados Unidos disse que estariam dispostos a comprar peças em lojas second hand, um aumento de 7 pontos em comparação ao ano anterior.  Estes dados mostram que a cada ano o mercado de resale está ganhando força e a confiança das pessoas, além de se tornar uma opção imediata de compra.

Um fato que já se tornou realidade para centenas de pessoas, 41% dos consumidores entrevistados pelo ThredUp dizem que, quando vão comprar peças de vestuário, lojas de second hand são os primeiros lugares que vão. Falando sobre as gerações Millenial e Z, 62% afirmam que eles olham primeiramente por um item de segunda mão antes de comprarem um novo. Já 46% alegam que consideram o valor de resale de um artigo de indumentária antes de comprarem.

Cerca de 20% dos consumidores entrevistas, e que compraram pela primeira vez em brechós, disseram que encontrar peças em seu tamanho os encorajam a escolher lojas de segunda mão, e 4x mais clientes dão preferência à estes comércios do que a marcas de roupas sustentáveis.

“Eu presenciei uma mudança sísmica entre os meus colegas da indústria da moda nos últimos anos; foram-se os dias em que promovíamos novos itens para os consumidores a cada temporada. Os closets agora estão recheados com peças second hand, pois abraçamos coletivamente uma mentalidade mais circular e aprendemos a fazer mais com menos. Construir um armário com “aqueles que partiram” é muito mais único e recompensador do que comprar peças de coleções novas — é uma vitória para o seu guarda-roupa e para o planeta,” disse Julia Gall, escritora e stylist ao ThredUp.

Por mais que a escolha de abraçar o reuso não seja sempre uma escolha fácil quando temos inúmeras opções — muitas delas as quais encorajam a compra de peças baratas e descartáveis — o aumento da revenda online está possibilitando os cidadãos a fazerem escolhas diferentes e fazê-las com orgulho e alegria.