Não entendeu o Desfile Masculino de Jonathan Anderson para a Dior? A gente te explica!
Se você assistiu ao desfile masculino da Dior Spring/Summer 2026 e ficou sem saber muito bem o que pensar — não se preocupe, você não está sozinho. A estreia de Jonathan Anderson na direção criativa da maison francesa foi um dos momentos mais comentados (e debatidos) da Paris Fashion Week, dividindo opiniões com uma coleção que, à primeira vista, pareceu distante dos códigos clássicos da maison. Mas será que foi mesmo?
Na verdade, quem conhece os arquivos da Dior sabe: eles estavam todos ali — do vestido “Delft” de 1948 ao icônico “La Cigale” de 1952 — reinterpretados com ousadia e inteligência para o guarda-roupa do homem contemporâneo. E é justamente esse olhar afiado de Jonathan, que já demonstrava genialidade em suas coleções para a Loewe e sua etiqueta própria , a JW Anderson, que fez sua estreia tão sofisticada, mesmo com silhuetas provocativas, volumes inusitados e uma estética que, em certos momentos, flertava com o universo gótico — sim, teve até clima de conde Drácula, na bolsa-desejo Book Tote e capas que pontuaram a apresentação mais aguardada da temporada.

Para entender a Dior de Jonathan Anderson, é preciso olhar para trás
Ao contrário do que muitos podem ter imaginado, Anderson não ignorou a herança da maison — ele a estudou profundamente. Um dos primeiros looks da passarela, por exemplo, trazia bermudões cargo dramáticos, estruturados em pregas que remetem diretamente ao vestido “Delft”, criado por Christian Dior em 1948. Conhecido por sua construção arquitetônica, o modelo feminino ganha agora uma versão masculina cheia de peso, literalmente e conceitualmente: é como se a alfaiataria encontrasse a escultura.

Em outro momento do desfile, mais uma referência clara aos arquivos: a silhueta exuberante do vestido “La Cigale” de 1952 foi a base para uma nova bermuda, com volumes que se projetam para fora dos quadris, quase como se inflassem. O resultado é uma peça que desafia o olhar e brinca com as proporções de forma irreverente — exatamente como o criador da Dior fazia com seus famosos volumes inspirados nas flores.
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Na versão masculina, a silhueta explode em uma espécie de “bermuda-balão”, trazendo questionamentos sobre gênero, forma e função na moda. Do lado direito: segundo modelo de bermuda inspirado no vestido “La Cigale” de 1952. (Fotos/Reprodução IG:opulentstylings).
Um desfile que dialoga com o passado, mas fala sobre o agora
Mais do que replicar códigos históricos, Jonathan Anderson optou por desconstruí-los e recombiná-los com sua linguagem atual. As capas dramáticas, os laços volumosos e o styling que beira o teatral (com pitadas góticas, inclusive) não são um afastamento da Dior — são uma tradução possível e legítima do seu espírito em 2026.

Dior por Jonathan Anderson
Aliás, detalhes como, por exemplo, os laços podem muito bem ser uma referência aos frascos de perfume da marca — lembrando que o universo olfativo e sensorial sempre foi essencial para a identidade da grife. E, para os atentos, Anderson ainda incluiu símbolos supersticiosos discretos, como uma textura de trevo de quatro folhas que cobriu a clássica e eterna Lady Dior— um aceno direto à paixão de Christian Dior por amuletos e sinais de sorte.
O que Jonathan Anderson realmente propõe para a Dior?
A estreia de Anderson propõe um novo olhar sobre a moda masculina de luxo: não mais presa à rigidez da alfaiataria tradicional, mas também distante da casualidade banal. Sua Dior masculina é teatral, estruturada, cheia de referências e aberta ao jogo de gênero e proporções.
Mesmo quem não amou cada look precisa reconhecer: o DNA Dior estava lá do começo ao fim, e o designer conseguiu manter a alma da grife viva, sem repetir fórmulas. Foi uma aula sobre como a tradição pode ser atualizada — com inteligência, senso estético e, sim, um pouco de provocação.

Afinal, você precisa entender para gostar?
Talvez não. Mas entender por que Jonathan Anderson escolheu essas referências e como ele as adaptou à sua visão autoral muda a experiência do desfile — transforma o estranhamento inicial em admiração. Porque, como toda boa moda, essa coleção exige mais do que olhar: ela exige leitura.

A repercussão continua: o que esperar a partir de agora?
O buzz em torno da estreia de Jonathan Anderson na Dior na última sexta-feira, 27/06, não se dissipou — pelo contrário, continua alimentando debates na indústria, nos bastidores e nas redes sociais. A expectativa é que a coleção seja fortemente explorada em editoriais, red carpets e, claro, nas vitrines globais da grife. Com esse primeiro capítulo, o ex-Loewe deixou claro que não será apenas um nome à frente da Dior: ele pretende redesenhar os contornos do que significa moda masculina de luxo em 2026 e além.
Mas e você, o que achou da estreia de Jonathan Anderson na Christian Dior: hot or not?