O Casaco Masculino da Dior de mais de R$ 1 milhão ainda domina o centro das atenções!
Sim, o casaco masculino da Dior criado por Jonathan Anderson para a sua primeira coleção à frente da marca francesa tem um preço que faz até os fashionistas mais ousados engasgarem. E, como se não bastasse, está no centro de uma série de polêmicas mesmo dias após ser desfilado.
Entenda esse valor considerado obsceno por muitos, e por que a peça continua causando discussões acaloradas dentro e fora das redes.
O Assunto da Vez: O Sobretudo Masculino da Dior de US$ 200 mil
Em uma temporada marcada por estreias (incluindo a de Michael Rider na Celine), recomeços e reinterpretações da alfaiataria, foi uma sobretudo em específico que monopolizou os comentários. Trata-se do Casaco Masculino da Dior criado por Jonathan Anderson para o seu desfile de estreia, avaliado em impressionantes US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão).
E não, não estamos falando de uma criação para uma coleção de alta-costura da maison. Mas, sim, de um casaco masculino prêt-à-porter que, desde que surgiu na passarela montada no Hôtel des Invalides, em Paris, segue repercutindo com intensidade: pela beleza, pela complexidade, pelo preço — e também pela polêmica.
Mesmo dias após o desfile masculino de verão 2026 da Dior, Anderson (ex-Loewe) continua no topo dos assuntos mais comentados do universo fashion. O estilista, conhecido por sua capacidade de tensionar o clássico e o experimental, trouxe em sua estreia para a grife francesa uma coleção impactante, mas foi o tal casaco — com brilho metálico e execução artesanal — que roubou a cena.

(Foto/Reprodução Vogue Runway).
Mas por que o Casaco Masculino da Dior custa mais de R$ 1 milhão?
A resposta começa com uma técnica ancestral: o mukaish, tipo de bordado feito com fios metálicos (prata ou ouro), originário de Lucknow, no norte da Índia. O processo é 100% manual, e envolve uma delicadeza quase cirúrgica: minúsculos pontos metálicos são aplicados em seda leve, criando um efeito visual próximo ao de um céu estrelado em movimento.
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Para este modelo da Dior, foram necessários 12 artesãos trabalhando por 34 dias, até que o casaco tomasse forma. O resultado é hipnotizante — tanto ao vivo quanto em imagens. Com silhueta estruturada, gola alta e um brilho que parece capturar cada centímetro de luz, ele foi concebido como símbolo máximo de um novo momento da maison sob comando de Anderson.
O valor, embora exorbitante, reflete não apenas a complexidade do modelo, mas o posicionamento da Dior no mercado atual. Afinal, estamos falando luxo artesanal, escasso, quase conceitual. A peça, inclusive, já é considerada item de colecionador — embora a maison não tenha confirmado se ela estará disponível para compra imediata ou por encomenda.

O motivo da pôlemica e buzz nas redes sociais
Mas o fascínio em torno da peça logo deu lugar a um incômodo crescente. A Dior não mencionou publicamente os artesãos responsáveis pela execução do bordado nem a origem da técnica. A ausência de reconhecimento gerou críticas nas redes sociais e levantou um debate relevante (e necessário) sobre apropriação cultural no setor de luxo.
A influenciadora e pesquisadora de moda Hanan Besnovic, por exemplo, conhecida por expor práticas problemáticas da indústria, publicou no perfil lotado de seguidores que comanda:
“O bordado usado nesse casaco é feito com a técnica tradicional indiana chamada mukaish. A Dior não deu crédito aos artesãos nem à origem da técnica. Isso é parte de um padrão recorrente.”

A crítica ganhou corpo. A comparação com o episódio recente da Prada, que lançou sandálias inspiradas nas tradicionais Kolhapuri chappals da Índia sem o devido reconhecimento, foi inevitável. Cada vez mais, consumidores e especialistas cobram das grandes maisons posturas éticas, atribuição cultural e transparência sobre os processos criativos — especialmente quando envolvem tradições não ocidentais.

Após as polêmicas a Prada admitiu:
“Reconhecemos que as sandálias apresentadas no recente desfile masculino da Prada para 2026 foram inspiradas no calçado tradicional indiano feito à mão em distritos específicos de Maharashtra e Karnataka, com uma herança cultural de séculos. Reconhecemos profundamente a importância cultural desse artesanato indiano.” — Lorenzo Bertelli, Diretor de Responsabilidade Social Corporativa do Grupo Prada
Entre Pompons, Drácula e drama , o Casaco Masculino da Dior segue no topo
Vale lembrar que o casaco não foi o único destaque da coleção de estreia de Jonathan Anderson. A nova fase da etiqueta parisiense também apresentou uma versão masculina da icônica Book Tote, com estampa inspirada no universo de Conde Drácula, que já foi vista nos braços de Rihanna em aparições recentes — e está prestes a viralizar ainda mais. Outra peça que chamou atenção foi a Lady Dior revestida por pompons em diferentes tamanhos e cores, uma leitura lúdica e exagerada de um dos maiores ícones da grife.
Mesmo com essas apostas ousadas, nenhuma criação tem gerado tanto debate quanto o casaco Dior de mais de um milhão de reais. Seja pelo valor, pela execução ou pela falta de créditos, a peça tornou-se um divisor de águas na discussão sobre os rumos do luxo contemporâneo.

Luxo que brilha — e faz pensar
O casaco da Dior criado por Jonathan Anderson virou assunto por muitos motivos: o preço, a beleza, a técnica, o impacto na passarela. Mas talvez o mais interessante seja o que ele representa. Em um momento em que o artesanal voltou ao centro da conversa na moda, essa peça não apenas mostra o valor (altíssimo) que o mercado está disposto a pagar por um trabalho feito à mão — como também reacende o interesse por saber de onde vêm essas técnicas, quem as executa e o que elas contam sobre o mundo.
Sem discurso professoral, a Dior coloca em cena um exemplo de luxo que vai além do que se vê. É sobre tempo, dedicação e raridade. Jonathan Anderson, que chegou à maison com olhares atentos e altas expectativas, conseguiu entregar um desfile forte, que mescla teatralidade e precisão, como poucas marcas conseguem fazer com consistência.
Entre bolsas com pompons, referências góticas e alfaiataria quase barroca, o casaco segue no centro da atenção. Não só porque custa mais de um milhão de reais. Mas porque, de alguma forma, ele simboliza esse novo desejo por peças que têm história, que pedem tempo, que são tudo, menos óbvias.
No fim, talvez seja esse o maior luxo: usar (ou apenas sonhar com) algo que faz você parar por alguns segundos — e olhar de novo. Concorda?