‘Recession Core’ e o luxo silencioso das marcas
A moda e a criação de tendências podem ser comparadas a um espelho, pois tudo que usamos e somos instigados a consumir, vem dos reflexos da sociedade no qual vivemos. A moda sofre influência econômica e política, por isso, se você é do time que gosta de analisar as tendências, é importante estar sempre atento às principais notícias do mundo.
No contexto geral em que estamos vivendo, um período de crise pós pandemia e uma possível recessão econômica devido a falência de grandes bancos americanos, a moda acaba acompanhando essas crises. Por isso, estéticas como a Recession Core ficam em alta, trazendo o luxo silencioso entre as grandes marcas, com menos estampas, opulências e logomania.
O contexto da crise e da recessão
A ‘Recession Core’ significa na sua tradução literal “tendência da recessão”, que nada mais é do que um período onde há uma redução na renda das famílias, aumento do desemprego e redução das atividades empresariais, como ofertas de crédito vindo de bancos, por exemplo. Independente do motivo pelo qual essa recessão é causada, a grande questão é que as pessoas seguram os gastos, por não saberem o que acontecerá no futuro, gerando grandes impactos na economia.
A crise que estamos sofrendo no momento, foi comparada pelos investidores com a crise de 2008, no qual grandes bancos como o Lehman Brothers começaram a falir. Juntamente com este banco, diversos outros decretaram falência em seguida, tudo isso por conta do desmoronamento do sistema imobiliário americano. Sendo assim, com a falência do banco Silicon Valley Bank (SVB) em 2023, o mundo está em alerta com um possível colapso da economia mundial.
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Alguns filmes como “A Grande Aposta” e “Grande Demais para Quebrar” retratam o cenário da crise vivida em 2008, podendo ajudar a nos contextualizar sobre como ela aconteceu e as possíveis comparações com hoje em dia.
A recessão na moda
Como dissemos anteriormente, a moda é o reflexo não verbal da sociedade. Com isso, tudo que acontece ao nosso redor é um possível influenciador para a forma no qual vamos nos vestir. A Recession Core foi vista com força tanto nos desfiles de primavera/verão, quanto nos de outono/inverno.
Esse luxo silencioso das marcas, trazem peças minimalistas, indo totalmente oposto das tendências maximalistas Y2K de 2022. As roupas possuem menos estampas e consequentemente os monogramas, ou seja, quanto menos logo aparente como forma de ostentação, melhor. Juntamente com isso, a estética mais business, de roupas mais “sérias” que são vistas no mundo corporativo, também entram em jogo.
Os desfiles da Miu Miu e Saint Laurent para outono/inverno 2023, são os melhores exemplos quando o assunto é esse luxo velado das grandes marcas. A Recession Core pode ser comparada a estética old money, que busca peças sem logo mas que só um bom entendedor de moda sabe identificá-las, com isso, acabam gerando mais distinção sobre as outras classes que usam a logo como ostentação. O reflexo da crise acaba impactando muitas marcas de luxo por não ser empático salientar a opulência em meio a uma crise financeira.
Assim como nos desfiles, vimos muitas influenciadoras e it girls no Instagram e Tiktok aderindo a essa moda minimalista, visando peças de mais qualidade e atemporalidade. Com isso, algumas características que podemos analisar nos looks são peças de tonalidades neutras, como bege e cinza, bastante presença de blazers, camisas sociais e regatas brancas básicas, além dos kitten heels que realçam mais o ambiente de trabalho.
Há quem ame ou quem odeie essa estética mais neutra e minimalista, porém analisando o contexto geral da moda e como ela é volátil, sabemos que assim como toda crise, ela vai passar e voltaremos a ver muita cor e logomania nos desfiles.
Qual a sua opinião quanto a essa estética? Comenta ai! Confira também: Gucci lança a Gucci Continuum
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