Nina Ricci – História de Estilo e Sofisticação
Uma das maiores e mais reconhecidas grifes de alta costura e de fragrâncias requintadas, a marca Nina Ricci é hoje uma das grandes expressões de feminilidade e glamour.
Atualmente faz parte do grupo espanhol Puig, que detém também outras grandes marcas como Paco Rabanne e Carolina Herrera.
Nina Ricci é também o nome de sua fundadora, uma das maiores designers de alta costura do seu tempo. Atualmente, sua grife é responsável pela produção de roupas, perfumes, sapatos e acessórios.
Um dos aspectos que desde o início diferenciavam Nina Ricci das demais grifes de luxo era como suas criações de vestuário possibilitavam a liberdade de movimento de quem as vestia. Além disso, sua criadora sempre buscou inovar com toques especiais e personalizados nas suas peças.
Você já conhece a história da criação e ascensão da marca que desde o século XX vem encantando todo o mundo? Confira a seguir tudo sobre a aclamada grife Nina Ricci!
A história de Nina Ricci
Maria Adélaïde Nielli (mais popularmente conhecida como Nina Ricci) nasceu na cidade italiana de Turim, em 1883. Aos 12 anos mudou-se para a França e adotou a nacionalidade francesa, depois de morar alguns anos em Florença.
Logo aos 14 anos começou a trabalhar como aprendiz de costureira em um ateliê chamado Casa Raffing, e aos 18 já desenhava e vendia suas próprias peças de roupas para diversas casas de moda. Foi por volta dessa época que se casou com o italiano Luigi Ricci, com quem teve seu filho Robert.
Com 22 anos, Nina (seu apelido) se tornou a chefe de design do ateliê onde antes trabalhava como aprendiz e passou a destacar-se por suas criações de vestuário, capazes de tornar as formas femininas ainda mais femininas.
Essa forma especial responsável por atrair tantas clientes se devia ao método de trabalho de Nina, que manejava os tecidos diretamente no manequim, garantindo que eles tivessem forma e caimento adequados depois que a peça estivesse finalizada.
Seu interesse pela alta costura fez com que ela se dedicasse cada vez mais a esse segmento. Para conquistar e fidelizar clientes da alta sociedade, Ricci procurava sempre dar um toque especial e personalizado às peças de roupa que criava.
O nascimento da Maison
Em 1932, com 49 anos, já era conhecida como Madame Ricci. Decidiu então abrir sua própria Maison de alta costura, em parceria com seu filho Robert. Combinando seu apelido com seu sobrenome de casada, nasceu a marca Nina Ricci: Robert cuidava da administração da empresa, enquanto que Nina era a responsável pela criação das roupas.
A empresa iniciou suas atividades funcionando em um pequeno ateliê localizado na Rue des Capucines, na cidade francesa de Lyon. Foi nesse momento no qual Nina optou por deixar de vender suas criações a outras casas de moda, e em apenas sete anos foi capaz de expandir seu negócio de maneira grandiosa e surpreendente.
Seu crescimento foi tamanho que seu ateliê passou a ocupar onze andares em três edifícios na mesma rua.
O local passou a ser frequentado por dezenas de pessoas a procura de vestidos refinados, com cortes elegantes e diferenciados e que verdadeiramente valorizassem o corpo feminino.
Não tardou para que a grife conquistasse grande notoriedade em meio a alta sociedade parisiense e inclusive de grandes estrelas da época, como das atrizes Suzy Delair, Danielle Darrieux e Micheline Presle.
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O principal segredo para o sucesso de Ricci é, desde os primórdios da marca, a sofisticação de suas peças, com vestidos drapeados, camadas de renda e chiffon, detalhes que contribuem para realçar a feminilidade de suas clientes.
A estilista também soube ousar na medida certa ao harmonizar diferentes cores em um mesmo vestido, o que até então não era algo recorrentemente feito pelas outras grifes de moda.
Com uma visão de negócio única e inovadora, Robert rapidamente procurou expandir a marca para outras categorias de vestuário.
A abrangência de outros setores
Em 1946 a marca ingressou no segmento de perfumaria, ao lançar a fragrância Coeur-Joie. Dois anos depois, lançou o perfume Nina Ricci L’Air du Temps, que carregava o conceito da esperança pós Segunda Guerra Mundial, com um frasco contendo duas pombas de cristais. Esse perfume tornou-se um grande clássico da grife e é um sucesso absoluto de vendas até os dias atuais.
Uma das mais famosas e consagradas fragrâncias da grife é, no entanto, a Fille d’Eve, lançada em 1952.
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Seu icônico frasco no formato de maçã representa o fruto proibido de maneira provocativa e bastante ousada para a época em que foi lançada. Atualmente já são mais de 60 os perfumes criados pela marca Nina Ricci, que são marcados pelos seus aromas levemente doces e suaves.
A atuação da empresa no que diz respeito ao vestuário francês durante o período pós-guerra também foi essencial para alavancar o reconhecimento da marca em todo o mundo.
Ao lado do costureiro francês Lucien Lelong, Robert e Nina Ricci organizaram em 1945 a mostra “Theatre de La Mode”, para reunir dezenas de criações feitas por diversos estilistas franceses. Chamavam a atenção, especialmente, por serem compostos com tecidos luxuosos e por serem feitos do tamanho de bonecas.
A mostra continha miniaturas de casacos de pele, acessórios e joias. Essa iniciativa percorreu diversos países com o intuito de fomentar o desejo das admiradoras da moda francesa ao redor de todo o mundo, e dessa forma tentar superar através do consumo um período marcado pela discrição e pela crise mundial.
Na década de 50, Nina Ricci decidiu abrir mão do comando criativo da empresa, deixando seu assistente ocupar seu lugar. O belga Jules-François Crahay assumiu seu posto em 1954.
A inovação em detalhes
Uma das coleções de Crahay mais aclamadas pelo público e pela crítica era composta por itens um tanto quanto extravagantes, como o “traje azafrán” e o “vestido de bolsa”. Em 1959, ele lançou a coleção “Crocus”, que alcançou um sucesso apoteótico, reforçando o nome e elegância representados pela marca.
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Alguns anos mais tarde, em 1963, outra coleção de Crahay voltou a chamar a atenção. Mademoiselle Ricci, como foi batizada a nova menina dos olhos de Nina Ricci, estampou diversas capas de revistas e causou um frenesi no universo fashion com seus modelos demi-couture, que vinham para anunciar a linha prêt-à-porter (pronto para vestir) da marca.
Nesse mesmo ano, o francês Gerard Pipart assumiu como estilista da grife. Ele fora o primeiro primeiro estilista da marca Chloé e iniciou sua carreira com Pierre Balmain. Entre as décadas de 60 e 70, a grife foi responsável por criar os uniformes dos comissários de bordo da Air France.
Enquanto isso, Robert trabalhava expandindo cada vez mais o negócio que abrira com sua mãe, lançando diversas novas fragrâncias à marca e licenciando o nome Nina Ricci a diversas empresas com o intuito de impulsionar a produção da sua linha prêt-à-porter.
Dessa forma, Nina Ricci conquistou a América na década de 1960, e se estabeleceu como uma das primeiras maisons francesas a usar esse tipo de linha pronta para vestir.
Nina Ricci veio a falecer no dia 29 de setembro de 1970, após ter conferido o reconhecimento internacional da empresa que fundara. Em 1979, a marca inaugurou uma loja em um dos pontos mais prestigiados no mundo da moda francês, na Avenida Montaigne.
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Durante a década de 80, a marca prosseguiu lançando fragrâncias e coleções que conquistaram enorme sucesso. Em 1987 foi apresentada o que viria a ser a última criação de Robert Ricci, que batizou-a com o nome de Nina, em homenagem a sua mãe.
No ano seguinte, em 1988, Robert faleceu, deixando a grife que criou com sua mãe como uma marca premiada, altamente conceituada e reconhecida em todo o mundo, sendo um sinônimo até os dias atuais de bom gosto e requinte.
Com a morte de Robert, Gilles Fuchs (genro de Nina Ricci) veio a assumir o comando dos negócios, quando então a marca passou por um processo de expansão de sua produção, abarcando outras categorias, como acessórios e bolsas. Uma das bolsas de mais sucesso da grife é a Irrisor, que conquistou muita gente devido ao seu tamanho versátil e o seu revestimento em couro.
A venda da marca
A marca foi adquirida pelo grupo Puig em 1998. Durante a transição para o novo milênio, a grife ampliou ainda mais o seu portfólio de produtos, incluindo itens como relógios, óculos e calçados. Além disso, sua linha prêt-à-porter também foi reforçada, e diversas lojas próprias da Nina Ricci foram inauguradas em diversas cidades do mundo importantes para o universo fashion.
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Entre as novidades mais recentes envolvendo a marca está o ingresso do novo diretor criativo da grife, o estilista francês Guillaume Henry. Ele ocupou o cargo até março de 2018, quando apresentou sua última coleção na casa, para o inverno 2019.
Atualmente a marca possui mais de 30 lojas próprias e marca presença nas mais sofisticadas lojas de departamento ao redor do mundo, estando presente em mais de 60 países.