Marcas de Luxo e seu comprometimento com a sustentabilidade
Um dos assuntos mais em alta dos últimos anos, a sustentabilidade vai muito além do cuidado com o meio ambiente, se tratando também do nosso estilo de vida e de nossas escolhas e ações como consumidores.
A indústria têxtil é uma das mais poluentes e maior impacto ambiental que existe, tendo uma estimativa de resíduos têxteis de 175 mil toneladas ao ano apenas no Brasil, onde apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas segundo dados da ABIT.
Por isso, nos últimos tempos, inúmeras marcas de moda, principalmente no setor de luxo, vêm anunciando ações e medidas que pretendem tomar para garantir que sua produção tenha uma natureza mais sustentável e que tenha menor impacto no ambiente.
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Confiram mais sobre as ações que marcas de luxo estão tomando para se tornarem mais sustentáveis:
Conglomerado Capri Holdings
O conglomerado de luxo Capri Holdings foi o mais recente a anunciar suas medidas de comprometimento de se tornar mais sustentável. O grupo anunciou no dia 21 de Abril de 2020 o comprometimento em zerar sua emissão de carbono em seu relatório de responsabilidade social.
A medida engloba todas as marcas do grupo, que inclui grandes nomes, como Versace, Jimmy Choo e Michael Kors, e tem como meta se tornar 100% carbon free até 2025, além de outras medidas para diminuir seu impacto no meio ambiente. Outras metas também foram anunciadas, como o comprometimento de usar energias renováveis, utilizar apenas embalagens que sejam feitas de plástico reciclável, compostável, reciclado ou reutilizável. O conglomerado também está comprometido a trabalhar com curtumes que sejam certificados.
Mostrando também preocupação com as mulheres, a Capri Holdings também anunciou que sua rede de fornecedores devem ser fortalecidas com programas de empoderamento e saúde da mulher no ambiente de trabalho das Nações Unidas (chamado “UN Framework for Corporate Action on Workplace Women’s Health and Empowerment”), além de abrir espaço para novas parcerias que diminuam o gasto de água e que preze para a inclusão e diversidade em todos os setores.
No comunicado, John D. Idol, CEO e chairman do Capri Holdings Group disse:
“Reconhecemos que, com o crescimento de nossa companhia, crescem também nossas responsabilidades, e abraçamos a oportunidade de fazer mais. Acreditamos que políticas ambientais e sociais são eticamente corretas e fiscalmente responsáveis. Com este objetivo, estamos comprometidos a melhorar a forma como trabalhamos para melhorar o mundo em que vivemos.”
Gucci
A Gucci foi uma das pioneiras em anunciar medidas rumo a sustentabilidade. Em Setembro de 2019, a marca italiana anunciou que iria se tornar carbon neutral e iria compensar todas suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de suas próprias operações e de toda sua cadeia de suprimentos.
Esta medida acompanha o apoio da marca à projetos de conservação florestal em países em desenvolvimento por meio de uma iniciativa internacional chamada REDD+ ( (Reduzir as Emissões do Desmatamento e da Degradação florestal), desenvolvida pela UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima).
Mostrando estar seriamente comprometida com a causa, a Gucci mediu todas as suas emissões de carbono do ano de 2018 e as compensou, e, quando foi anunciado ano passado que a se tornaria carbon free, a marca italiana começou a medir suas emissões daquele ano a fim de serem compensadas no ano de 2020.
Durante o anúncio deste comprometimento com o meio ambiente, Marco Bizzarri, presidente e CEO da Gucci, disse:
“É uma estratégia clara para garantir que nos responsabilizamos por nossas emissões de GEE, e agimos para evitá-las, reduzi-las e restaurá-las, e então compensar as inevitáveis.”
Stella McCartney
A marca inglesa Stella McCartney desde sua fundação é conhecida por suas políticas sustentáveis, como o uso uso exclusivo de couro ecológico em suas peças e utilização de algodão 100% orgânico como base para todos seus jeans. Em sua missão de mostrar para indústria da moda que ela pode ser sustentável, a marca apresentou em Janeiro de 2020 em sua coleção Pre-Fall o primeiro jeans stretch biodegradável do mundo.
O material usado na peça foi uma parceria com a marca italiana Candiani, que é responsável pelo desenvolvimento da tecnologia Coreva Stretch, um tecido de fibras de algodão orgânico que encapam o núcleo de borracha natural, não havendo qualquer plástico ou microplástico em sua trama.
O jeans desenvolvido pela Candiani abre mão de duas técnicas de tingimento que reduzem o consumo de água, energia e produtos químicos que geralmente são usados durante o processo de lavagem da peça, substituindo-os por Kitotex Vegetal, um ingrediente biodegradável que é produzido a partir de algas marinhas e cogumelos.
“Em um mundo em que nossos recursos estão diminuindo e os lixões estão superlotados de roupas descartadas, é nosso dever pesquisar fontes renováveis, além de materiais biodegradáveis e compostáveis”, disse Alberto Candiani, dono da Candiani.
Engana-se quem pensou que o material seria apenas utilizado na coleção Pre-Fall, a estilista Stella McCartney o incorporou em diversas peças de sua coleção Outono/Inverno 2020, que foi apresentada na Semana de Moda de Paris em Fevereiro deste ano.
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Chloé
A grife francesa Chloé, do grupo Richemont, se tornou em 2021 a primeira marca de luxo da Europa a obter o selo B-Corp (Benefit Corporation). Este é considerado o padrão mais alto em empresas sustentáveis, a certificação é fornecida pela ONG B-Lab, fundada em 2006, nos Estados Unidos. Para conseguir o selo, é preciso que a organização se comprometa verdadeiramente com ações socioambientais, visando objetivos que se estendem para além dos lucros.
Em novembro de 2020, a maison anunciou uma série de mudanças internas para se tornar mais sustentável. Dentre elas, a adoção de materiais com menor impacto ambiental, parcerias com fornecedores certificados pelo comércio justo e compromissos para promover a igualdade de mulheres.
“Além do fato de termos orgulho disso como empresa, também pretendemos inspirar muitos outros a se associarem. Melhoramos nossas operações, governança e políticas de uma forma que nos permite operar de forma mais ambiental e socialmente responsável”, disse Riccardo Bellini, diretor executivo da marca, em um comunicado oficial na época.
Bellini também destacou que conquistar a certificação foi apenas o primeiro passo, e marca o início, e não o fim, de sua jornada para equilibrar interesses econômicos, sociais e ambientais.
Hugo Boss
Em Fevereiro de 2022, a marca alemã Hugo Boss anunciou uma nova etapa que reforça o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável através de um grande investimento, sendo este uma parceria estratégica de longo prazo com a HaiQ AeoniQ LLC, uma filial do grupo têxtil suíço HeiQ dedicada ao desenvolvimento de novos fios revolucionários recicláveis, que têm um impacto praticamente nulo no ambiente.
Os fios HeiQ AeoniQ de celulose são fabricados a partir de uma fibra derivada de biopolímeros celulósicos de terceira geração, não utilizando terras cultiváveis, pesticidas ou fertilizantes na sua produção e consumindo 99% menos água do que os fios de algodão. Oferecem um desempenho comparável ao dos fios de poliéster ou nylon e podem ser reciclados várias vezes, preservando as suas qualidades. Poderiam eventualmente substituir as fibras sintéticas provenientes de petróleo.
A Hugo Boss irá investir 5 milhões de dólares em ações da HaiQ AeoniQ e compromete-se a pagar outros quatro milhões de dólares sujeitos ao cumprimento dos objetivos de desempenho estabelecidos entre os dois parceiros, indica o grupo em comunicado, especificando que este é o seu primeiro investimento vinculado ao desenvolvimento sustentável e que faz parte da sua estratégia de crescimento “Claim 5”.
Esta é uma etapa fundamental para o grupo, que pretende “aumentar significativamente a proporção de materiais mais sustentáveis nas suas coleções Boss e Hugo nos próximos anos”. Este investimento contribui também substancialmente para que a empresa atinja o seu objetivo de neutralidade climática até 2030 e em toda a cadeia de valor até 2045, avançando ao mesmo tempo na implementação de um modelo de economia circular de ponta a ponta”, sublinha a empresa, que ambiciona “tornar oito em cada dez produtos circulares até 2030″.
“A nossa parceria com a HeiQ na HeiQ AeoniQ representa uma nova etapa importante na nossa jornada para nos tornarmos a principal plataforma mundial de moda de alta gama na tecnologia. Esta colaboração inovadora com a HeiQ nos permitirá impulsionar ainda mais a inovação e a sustentabilidade nas ofertas das nossas marcas, gerando um impacto mensurável para o ambiente e a sociedade,” disse Daniel Grieder, CEO da Hugo Boss.
O investimento destina-se a aumentar a produção e a comercialização destas fibras inovadoras através da expansão, ainda este ano, do local de produção piloto da HeiQ AeoniQ e da construção de uma enorme fábrica localizada na Europa central até ao final de 2024.
Inúmeras marcas de luxo estão tomando diferentes medidas, mas todas contém um único objetivo: diminuir seu impacto ambiental e se comprometer a ter um futuro mais sustentável.
Já tinha conhecimento de alguma dessas ações? Nos contem nos comentários!