Conhecendo o mundo de: Yves Saint Laurent
Um europeu nascido em Orã, Argélia, Yves Henri Donat Matthieu Saint Laurent, se tornou um dos ícones no mundo da moda e da arte.
Sua história, não foi fácil. Diferente das outras crianças, Yves não era nada popular na escola, sofria bullying por seus colegas por sua aparência homossexual.
Mas isso não foi impedimento para sua brilhante carreira no mundo da moda. Logo cedo, deixou sua cidade natal em busca de trabalho em Paris para mostrar seus desenhos para Michelde Brunhoff, diretor da Vogue França, que se apaixonou imediatamente.
Logo depois conheceu o estilista Christian Dior que assumiu seu cargo de diretor criativo, depois de sua morte, no intuito de salvar a marca da ruína. Por isso, foi criado em 1958 o seu primeiro sucesso com a marca: o vestido TRAPÉZIO. Modelo de ombros estreitos com um corpete semi-ajustado e comprimento evasê rendeu o prêmio Neiman Marcus, no mesmo ano por sua contribuição no mundo da moda.
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O impacto desse vestido foi tão grande que logo no seu primeiro desfile de estreia, o público já sabia que a “França havia sido salva”. Uma revolução da moda pós II Guerra Mundial. Depois disso, suas contribuições não pararam: jaquetas de couro preta, suéteres de gola rolê, bainhas adornadas com pele e a versão curta da saia entravada de Paul Poiret (considerado um dos estilistas mais emblemáticos do início do século 20), com drapeado justo na barra.
Depois de deixar o posto da grife Christian Dior, se uniu com o seu parceiro e investidor, Pierre Bergé, abriram sua primeira maison em Paris.
O lançamento da sua primeira coleção, em 1962 foi um sucesso: batas de jérsei e japona (tipo de casaco) de lã azul marino com botões dourados foram as primeiras tendências que seguiram em alta. No ano seguinte lançou as botas até as coxas e em 1965, uniu a arte e a moda com os vestidos jérsei Mondrian com silhuetas retas, cores primarias, linhas geométricas em homenagem ao pintor modernista, Piet Mondrian.
Um dos fundamentos do estilista, desde o começo foi unir a sofisticação e o conforto. Roupas práticas mas sem perder a qualidade e o caráter.
Dressing is a way of life
Em 1966, o smoking feminino foi introduzido no mundo da moda. Composto por calça masculina e camisa branca levemente transparente, o look causou furor entre a população recatada da época. Suas adaptações de texudo ou dinner jacket como o sheer blouse, reefer jacket e jumpsuit foram criados com o decorrer do tempo.
A partir do ano seguinte, peças tendências foram nascendo. Knickers de veludo (conjunto de lingerie de hotpants e sutiã), blusas transparentes, a clássica jaqueta Saharienne, o terninho e por fim o blazer.
Ainda no seu reinado, no século seguinte, Saint Laurent continuava na busca de inovação, sofisticação e conforto. Sua loja Rive Gauche, localizada na Madison Avenue, em Nova York, foi o seu laboratório de experimentações criativas durante a sua carreira. Diferentes looks, estilos e culturas foram acionados em suas coleções. Uma das mais memoráveis da época, a chamada coleção Russa ou Cossaca.
Sua paixão pela cultura russa, influenciou seu trabalho de diversas maneiras. Nessa edição de 1976, o runway se definia em composições camponesas, devoto ao balé russo de Diaghilev. Natasha Rostova e Anna Karenina foram grandes inspiração para essa coleção.
CURIOSIDADE
- Saint Laurent foi o primeiro estilista a usar modelos étnicos e de outras culturas em seus desfiles. Uma delas foi Iman, uma supermodel da Somália.
A década de 80 foi marcada pelo grande número de premiações e honras que o estilista ganhou. Além da criação do YSL (sigla incorporada em quase todas as peças), em 1985, foi condecorado pelo então presidente francês François Miterrand com a legião de honra e ganhou o Oscar da Moda. 14 anos depois, vendeu sua grife para o grupo PPR (Pinault-Printemps-Rodoute), o terceiro maior aglomerado de marcas de luxo do mundo, que engloba também as grifes Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta.
O ano 2000 foi marcado pela substituição do estilista Alber Elbaz por Tom Ford, também designer da Gucci.
CURIOSIDADE
- O último desfile de sua vida, em 2002, foi um “walk to remember“. Com mais de 2.000 convidados, 100 modelos e mais de 40 looks, o desfile trouxe a retrospectiva da história da carreira de YSL. Os modelos mais tendências, as criações mais espetaculares em toda a sua trajetória no mercado de luxo. Amiga e musa, Catherine Deneuve, cantou a trilha sonora do desfile ao som de Ma plus belle histoire d’amour.
Depois de sua morte, a marca continuou com suas criações e desfiles. Mas com o comando do italiano Stefano Pilati e direção criativa de Heidi Slimane (ex-estilitas principal de roupas masculinas da Dior), a grife passou por diversas mudanças: o nome perdia o “YVES” do nome permanecendo apenas SAINT LAURENT PARIS, a perca da identidade que YSL tinha criado. A ideia hoje é rejuvenescer a marca e andar de mãos dadas com o contemporâneo.