Por que ratos invadiram a Copenhagen Fashion Week vitrine da Moda Sustentável?
Bolsas em formatos de ratos roubaram a cena na Copenhagen Fashion Week , a semana de moda mais sustentável do calendário — e não foi por acaso. A Coleção Spring/Summer 2026 de Anne Sofie Madsen em parceria com o artista Esben Weile Kjær continua repercutindo nas redes sociais e rodas da moda. Descubra por que os roedores deixaram os esgotos e foram parar nas passarelas.
Os Ratos da Copenhagen Fashion Week
Entre tantas fashion weeks disputadas mundo afora, de Paris a Nova York, uma cidade escandinava tem ganhado cada vez mais atenção: Copenhaguen. Mas, essa semana, na última terça (05/08), a Copenhagen Fashion Week deu um passo além e foi além do esperado — literalmente. Um desfile apresentou bolsas em forma de rato, o que fez com que a expressão “ratos invadiram a passarela” se tornasse manchete global. Afinal, por que isso aconteceu? O que está por trás dessa proposta tão fora do comum?
Se você nunca ouviu falar da semana de moda de Copenhaguen ou quer entender o que esses roedores têm a ver com o mundo fashion, continue lendo. Este post explica tudo: da proposta dessa fashion week ao acessório lúdico que virou notícia no mundo todo.

O que é a Copenhagen Fashion Week?
A Copenhagen Fashion Week acontece duas vezes ao ano na capital da Dinamarca. O evento tem conquistado espaço no calendário da moda por seu compromisso com a sustentabilidade (o EÚ ama!), inovação e novos talentos. Ao contrário de outras semanas de moda que muitas vezes giram em torno de grandes nomes consolidados, Copenhague tem um foco voltado para o design independente, a moda consciente e o futuro do setor como um todo.
Desde 2020, a organização por trás da CPHFW exige que todas as marcas participantes atendam a critérios rigorosos de sustentabilidade, como metas de redução de impacto ambiental, transparência na cadeia produtiva e compromisso com diversidade e inclusão. Por isso, muitos editores, buyers e fashionistas consideram Copenhague uma espécie de “laboratório” do que será tendência nos próximos anos. E não só em termos estéticos, mas de valores.
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A polêmica (e genial) invasão dos ratos na passarela
Durante a edição de agosto de 2025, uma coleção apresentada pela designer Anne Sofie Madsen, em colaboração com o artista dinamarquês Esben Weile Kjær, chamou atenção com um acessório completamente inesperado: bolsas em formato de rato. E não estamos falando de peças discretas. Mas sim de clutchs metálicas e detalhadas, que replicavam a silhueta de ratos com olhos brilhantes, caudas e até orelhas moldadas.
No entanto, não se tratava apenas de uma provocação estética. O acessório-escultura rapidamente se tornou um dos tópicos mais comentados da temporada, levantando questões sobre consumo, valor, luxo e marginalidade.

Quem são Anne Sofie Madsen e Esben Weile Kjær?
A proposta só pode ser compreendida dentro do contexto criativo de seus autores. Anne Sofie Madsen é uma designer conhecida por seu trabalho artesanal e narrativo. Ex-aluna de John Galliano (que comandou a Dior por anos) e Alexander McQueen, ela já passou pela alta-costura tradicional, mas hoje transita entre moda e arte visual.
Esben Weile Kjær, por sua vez, é um artista multidisciplinar que trabalha com instalações, performances e intervenções culturais , sempre com uma pegada crítica e provocadora. Para ele, o rato é símbolo de resistência, um animal subestimado que sobrevive nas margens do sistema. Sua ligação com o símbolo vem desde a adolescência punk, quando os ratos apareciam como ícones de rebeldia e contracultura.
A mensagem por trás das bolsas de ratos na Copenhagen Fashion Week
O rato, nesse contexto, não é só um bicho — é uma metáfora. Representa o que é descartado, o que é visto como sujo, o que habita os subterrâneos. Em contrapartida, aparece moldado em metal nobre, com acabamento luxuoso e estética pop, em um contraste que questiona: o que é luxo, afinal?
Será que luxo ainda é sinônimo de opulência intocável ou pode ser um espaço de debate e contestação cultural?
O objeto também levanta a discussão sobre acessibilidade e consumo de arte. Segundo os criadores, a ideia era fazer algo que pudesse ser comprado, usado e desejado — um produto artístico que circula fora das galerias, mas sem perder a potência conceitual.

Muito além do meme: um novo olhar sobre moda e cultura
Embora para muitos o rato-bolsa tenha parecido uma jogada de marketing viral ou um “meme de passarela”, a proposta dialoga diretamente com questões contemporâneas:
- A relação entre moda e arte;
- O esgotamento das ideias tradicionais de luxo;
- A crítica ao consumo excessivo e descartável;
- A celebração do imperfeito, do marginal e do inesperado.
Além disso, os ratos funcionam como um lembrete de que a moda pode (e deve) incomodar e provocar, especialmente em um cenário global onde as questões de impacto ambiental, responsabilidade social e significado cultural estão cada vez mais em pauta.

A estética da coleção: entre o estranho e o sublime
A coleção apresentada por Anne Sofie Madsen não se resumiu aos ratos. Vestidos com estruturas que lembravam armaduras futuristas, jaquetas de motociclista transformadas em peças de alta moda e tecidos florais tridimensionais reforçaram a dualidade entre delicadeza e agressividade.

Objetos pessoais, como, por exemplo, livros antigos e discos de vinil, foram incorporados ao cenário, reforçando o diálogo com o passado e a memória afetiva. Tudo isso contribuía para uma atmosfera onírica e ao mesmo tempo urbana, com styling que parecia saído de uma rave futurista com ecos nostálgicos.

Copenhagen Fashion Week: um novo polo de criatividade
Essa apresentação consolidou, mais uma vez, a Copenhagen Fashion Week como uma plataforma aberta a vozes disruptivas, que desafiam os limites da moda tradicional. Além disso, mostrou ao mundo que a escandinávia pode, sim, produzir narrativas de impacto global, tanto visual quanto conceitualmente.
Com uma curadoria afiada, compromisso ambiental real e apoio a designers autorais, Copenhague segue provando que o futuro da moda passa por ela.
Mas e você, usaria a bolsa em formato de rato pelas cidades?