Chanel Aposta na Economia Circular!
Como já falamos algumas vezes aqui, a sustentabilidade é um dos assuntos mais em alta e comentados dos últimos anos. Ela vai muito além do cuidado com o meio ambiente, se tratando também do nosso estilo de vida e de nossas escolhas e ações como consumidores.
A indústria têxtil é uma das mais poluentes e maior impacto ambiental que existe, tendo uma estimativa de resíduos têxteis de 175 mil toneladas ao ano apenas no Brasil, onde apenas 36 mil toneladas são reaproveitadas segundo dados da ABIT.
Por isso, nos últimos tempos, inúmeras marcas de moda, principalmente no setor de luxo, vêm anunciando ações e medidas que pretendem tomar para garantir que sua produção tenha uma natureza mais sustentável e que tenha menor impacto no ambiente.
De uma maneira mais discreta, a grife francesa Chanel vem apostando em medidas mais ecológicas para ter ações que não sejam tão prejudiciais ao planeta.
Confiram abaixo como a Chanel está tornando suas ações mais sustentáveis:
Chanel e a Economia Circular
As práticas da economia circular e o upcycling estão cada vez mais no centro das atenções na indústria do luxo. Enquanto o conglomerado de luxo LVMH lançou o Nona Source em 2021, um site de revenda dos seus estoques de tecidos e materiais, a Chanel inaugurou o Atelier des Matières há quatro anos, em 2018, através de um modelo de transformação circular ligeiramente diferente, que trabalha na recuperação e renovação de materiais não utilizados, bem como de produtos manufaturados não vendidos ou não utilizados dos setores da moda e do luxo.
Desde do início, a ideia foi criar uma empresa aberta a todas as marcas de luxo e premium, oferecendo-lhes a oportunidade de renovar os seus restos, em termos de tecidos, materiais, produtos acabados ou semiacabados, com o apoio do departamento de investigação e desenvolvimento da Chanel em Paris, onde oito a 10 pessoas trabalham neste projeto.
O departamento é localizado em Le Meux, na região de Oise, em um antigo local logístico do grupo, o Atelier des Matières emprega atualmente 35 pessoas, incluindo uma equipe de “avaliadores”, encarregados de encontrar soluções para uma segunda vida dos objetos recolhidos.
O Atelier coleta roupas, artigos de couro e pequenos artigos em pele, calçados em fim de vida. Mas também recolhe materiais não utilizados, tais como fios e têxteis, correntes ou peças metálicas, botões e punhos, couro e peles, que são separados, desmontados, extraídos e depois transformados “em materiais reciclados de qualidade, confiando na rastreabilidade completa dos recursos que lhe são confiados, bem como na confidencialidade e segurança da sua cadeia de transformação responsável”, diz a empresa.
“Trabalhamos ou em circuito fechado, como um subcontratante, para recuperar um material de um cliente e devolvê-lo uma vez transformado, ou em circuito aberto, quando nos são confiados produtos, que iremos renovar e depois oferecer a outros clientes”, explica Eric Dupont, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Transformação da Chanel, que dirige a empresa desde 2020.
Por exemplo, com o apoio da start-up Authentic Material de Toulouse (da qual o grupo de luxo é acionista), o Atelier des Matières realizou a micronização de alguns retalhos de bolsas de couro da Chanel para transformá-los em agregados de materiais usados nas partes ocultas da sapatos. Outro exemplo, o couro foi reciclado para criar cabos de facas.