Conheça a Lanvin – A mais antiga casa de alta-costura do mundo
A Lanvin é uma casa de moda de alta costura, fundada em 1889 por Jeanne Lanvin. É a mais antiga casa de moda francesa ainda em funcionamento. A multinacional foi adquirida em 1990 pelo Orcofi Group, e posteriormente vendida para a L’Óreal, em 1996.
Com mais de um século de tradição no mundo da moda, as roupas e acessórios da grife são hoje ícones de bom gosto e elegância.
Ainda assim, a marca consegue se manter inovando e lançando tendências mundiais. Não é à toa que a Lanvin se consolidou como uma das marcas responsáveis por transformar a moda no que conhecemos hoje.
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A grife é a marca preferida por nove entre dez atrizes de Hollywood, e sempre marca presença nos tapetes vermelhos de premiações e demais eventos importantes.
Você já conhece a história de como surgiu a Lanvin? Vem conferir com a gente!
A história de fundação da Lanvin
Jeanne-Marie Lanvin é natural da cidade de Paris, e nasceu no dia 1 de janeiro de 1867. De família humilde, começou a trabalhar quando ainda tinha apenas 11 anos de idade. Seu talento se desenvolveu rapidamente.
Aos 13 anos Jeanne já era aprendiz de moda, e produzia refinados chapéus.
Alguns anos mais tarde, em 1889, Jeanne usou de suas economias para inaugurar sua primeira loja em Paris, com o objetivo de comercializar os chapéus que fabricava artesanalmente.
Em 1896, Jeanne teve sua filha, Marguerite di Pietro, e então começou a desenhar roupas e vestidos para que pudesse vesti-la. Esse foi um marco importante em sua história.
Mal sabia ela na época que isso iria abrir várias portas para a sua evolução como estilista. As clientes da loja de Jeanne não demoraram a prestar atenção nos trajes feitos para a pequena, e então passaram a encomendar peças para as suas filhas também.
Foi apenas uma questão de tempo até que Jeanne aumentasse a escala de suas peças para conseguir vestir as mães também. O sucesso foi certo, e em 1909 a Maison Lanvin foi oficialmente fundada, fazendo parte inclusive do Chambre Syndicale de la Haute Couture (Sindicato da Alta-Costura).
Até os dias atuais é fabricada e comercializada a linha Lanvin Petite, que se dedica a lançar peças de roupas para vestir crianças com sofisticação e estilo, em honra à história de fundação da grife.
Uma visionária na indústria da moda
É claro que para conquistar o devido reconhecimento de sua marca, Jeanne Lanvin teve de enfrentar a indústria e quebrar diversos paradigmas, já que nessa época o mundo da alta costura era dominado por figuras masculinas.
Mas a sua perspectiva peculiar tinha muito a oferecer para o universo da moda. Jeanne criava peças incríveis para a época, tendo como base a sua inspiração pelo romantismo e por linhas arquitetônicas. Ela sabia trabalhar com as formas de uma maneira única, e desde o início de sua carreira já era considerada uma visionária.
Sua linha de vestidos era a principal, sendo o carro-chefe de sua marca. Ela frequentemente dava preferência para tecidos fluidos, como as rendas e os lamês. Suas peças eram inspiradas em formas vitorianas suavizadas, e os adornos com bordados eram generosos e ousados.
Um determinado tom de azul que ela sempre usava em suas coleções acabou virando marca registrada da sua grife, sendo conhecido como o “azul Lanvin”.
Apaixonada pelas culturas de diversas civilizações, Jeanne criava coleções inspiradas no Egito, norte da África, Europa Central e América do Sul, e através de suas ideias era capaz de desenvolver com os tecidos escolhidos verdadeiras obras de arte e de luxo.
Em 1911, Jeanne apresentou a sua primeira confecção para noivas. Além disso, ela também trabalhava na época com vestidos chemisiers. Com o objetivo de ampliar ainda mais a sua diversidade de produtos, a estilista apresentou em 1913 uma elegante coleção de casacos de pele.
Por volta dessa mesma época ela criou os “robes de style”, peças com cintura marcada e saias rodadas, que se mantiveram na moda até o início dos anos 1920.
Além do seu talento enquanto estilista, Jeanne Lanvin era também uma exímia administradora de sua empresa. Nos anos seguintes, ela chegou a empregar 800 pessoas, e marcou presença pontual também nos setores de roupas esportivas, em 1923, e de moda masculina, em 1926.
Ela também trabalhou com lingeries e decoração, e teve uma fábrica de tintas, através da qual pôde desenvolver um cuidadoso e dedicado estudo das cores, criando a “Paleta Lanvin”.
O primeiro perfume da marca
Em 1927, a Lanvin lançou o perfume Arpège, como é de praxe entre as maisons francesas da alta cultura de ter uma fragrância própria. A criação surgiu como um presente de aniversário de Jeanne para a sua filha, e era inspirada no som das notas do piano tocadas por Marguerite.
O frasco do perfume contava com uma ilustração de Jeanne e Marguerite. O desenho foi criado pelo ilustrador e figurinista Paul Iribe, em 1923, tomando como inspiração uma fotografia de 1907, na qual Jeanne e sua filha estão vestidas para um baile de gala, quando Marguerite ainda era uma criança.
Essa ilustração veio a ser redesenhada por Armand Albert Rateau em 1954 para se tornar o logotipo da marca. Jeanne costumava dizer que suas únicas paixões eram sua filha e sua marca.
A herança de Jeanne
Jeanne veio a falecer em 6 de julho de 1946, aos 79 anos. Sua filha Marguerite assumiu então o comando dos negócios e deu continuidade ao legado deixado por sua mãe, que até então já incluía uma linha de roupas, cosméticos, decoração e perfumes.
Em 1951, Antonio del Castillo assumiu a direção criativa da grife, e ficou até 1962, tendo sempre o cuidado de seguir o estilo da fundadora da maison francesa. Ele deixou a Lanvin com o intuito de abrir seu próprio negócio, e então foi sucedido por Jules François Crahay, designer francês de moda que já havia trabalhado no ateliê de Nina Ricci.
A grife francesa pouco cresceu nas décadas seguintes, e não obteve grande reconhecimento internacional, até que foi comprada, em 1990, pelo Orcofi Group, e posteriormente em 1996, pela L’Oréal.
O estilista brasileiro Ocimar Versolato atuou brevemente como diretor criativo na Lanvin entre 1996 e 1998.
Em 2001, a maison francesa foi adquirida por Shaw Wang Lang, empresária taiwanesa e filantropa que colocou o designer de moda Alber Elbaz no posto de diretor criativo da marca. O marroquino optou por dar prosseguimento à tradição de Jeanne.
A linha de noivas
A primeira criação de Alber foi a linha de noivas Blanche, em homenagem ao nome do meio de Marguerite.
De maneira inovadora, ele escolheu priorizar o conforto nas peças da linha. Em 2010, lançou uma coleção cápsula em parceria com a H&M, rede de moda sueca.
A produção era composta por 30 peças e 15 acessórios, que rapidamente se tornaram um imenso sucesso.
O ano de 2013 foi marcado por uma das últimas conquistas de Alber como diretor criativo da Lanvin, quando a marca foi designada como responsável pelo equipamento oficial da equipe de futebol do time inglês Arsenal Football Club.
A passagem de Alber na Lanvin foi marcante e de grande importância, uma vez que ele foi o responsável por conduzir a grife de volta ao topo da lista das marcas mais influentes do mundo da moda.
Tudo isso não teria sido possível se não fosse a visão de mercado do designer, que soube trabalhar com primazia a partir dos valores da marca e foi capaz de harmonizar a essência da grife com a modernidade dos dias atuais.
A estilista francesa Bouchra Jarrar assumiu o seu lugar em 2016, e permaneceu na marca até 2017.
Lanvin pelo mundo
Foi Alber Elbaz que comandou o ingresso da grife no comércio online, e aplicou investimentos na abertura de lojas próprias em várias cidades badaladas e importantes no mundo da moda.
Em 2009 foi inaugurada a primeira loja da grife em solo americano. No Brasil, a presença da marca se posicionou no Shopping JK Iguatemi, cujo lançamento da loja foi em 2012. Essa foi a única loja própria da Lanvin em toda a América Latina, porém infelizmente fora fechada em 2015 devido a discordâncias com o parceiro local.
Atualmente, a mais antiga casa de alta-costura do mundo é especializada em criações de moda masculina, feminina e infantil, e possui grande diversidade em linhas de roupas, calçados, perfumes e acessórios. A Lanvin está presente em mais de 50 países, possui 60 lojas próprias e conta também com 550 pontos de venda autorizados.
A estimativa de faturamento anual da maison francesa é de 200 milhões de euros, e ela conta com uma equipe total de 330 funcionários.
A grife quebrou diversos paradigmas ao longo de sua existência e desde o seu nascimento sempre foi capaz de se reformular com graciosidade, como poucas marcas desse ramo puderam fazer.
Como pudemos ver, a Lanvin passou por longos períodos com dificuldade de se restabelecer.
Porém o seu dinamismo e sua facilidade de diversificação contribuíram imensamente para que a marca conseguisse voltar a ser uma das preferidas das celebridades e dos bons apreciadores da alta-cultura.
A Lanvin é hoje um grande ícone das modas feminina e masculina, dispondo de uma variedade admirável de peças de roupas, acessórios e cosméticos que são verdadeiros ícones de luxo.