Os Destaques da Semana de Moda Outono/Inverno 21/22
Aconteceu no mês de fevereiro e no começo de março a primeira temporada de desfiles de 2021, tendo início na cidade de Nova Iorque, passando por Londres, Milão e terminando em Paris.
As maiores marcas da indústria da moda como Chanel, Versace, Fendi, Valentino e Burberry apresentam suas apostas e criações para a temporada de Outono/Inverno 2021/22. Com a pandemia do COVID-19, assim como no ano passado, os desfiles tradicionais foram substituídos pelas versões digitais, mas o que não quer dizer que as labels pouparam esforços para fazerem grandes apresentações.
Confiram abaixo os principais destaques das semanas de moda da temporada Outono/Inverno 2021:
Milan Fashion Week
Versace
A Versace é é conhecida por suas criações audaciosas, estampas chamativas coloridas, modelagem justa e o contraste entre o preto e acessórios dourados. Atualmente com Donatella Versace no comando da direção criativa, a marca italiana não desapontou na sua apresentação de Outono/Inverno 2021/22 e criou um verdadeiro espetáculo que foi altamente comentado nas redes sociais.
Com um tom mais sóbrio, mas não menos exuberante, a label surpreendeu a todos quando apresentou seu icônico símbolo grego revisitado em uma nova padronagem, com um tom mais clássico e que funcionou como estampa-base da maior parte dos looks.
“Percebi que este é mesmo o futuro, uma nova forma de comunicar as coleções. As supermodelos são como atrizes, são capazes de dar vida às roupas, como quando você interpreta um personagem. Durante as filmagens do programa digital, percebi o quanto é importante dar-lhes tempo para “sentir” as roupas que estão vestindo. Vivemos a era completa e imediatamente, mas paradoxalmente, enquanto vivemos de forma digital, desta forma estou dando às minhas mulheres e homens o tempo para entender minha mensagem. Agora eu realmente entendo que este é o presente e o futuro para mim,” disse Donatella.
Com peças versáteis que tem como inspiração em como o dia a dia das pessoas mudaram mas sem perder o glamour, Donatella Versace criou uma coleção versátil que contém mini vestidos brilhantes, tops curtos, shorts de seda e diferentes peças com textura de vinil brilhante.
Fendi
A coleção Outono/Inverno 2021/22 marcou como a primeira coleção ready-to-wear feminina de Kim Jones na Fendi, que teve sua grande estréia durante a Semana de Alta Costura. O designer inglês prometeu dar continuidade à proposta de elegância mostrada nas peças alta costura e não desapontou! Assim como diversas outras marcas de luxo, a Fendi fez sua apresentação na Semana de Moda de Milão de uma forma online com Jones abordando os códigos da etiqueta com um novo olhar.
A inspiração da coleção foram as figuras femininas que ajudaram a moldar o legado da casa Fendi, dentre elas Paola, Anna, Franca, Carla e Alda, filhas dos fundadores da maison, Adele e Eduardo Fendi e as responsáveis por contratar Karl Lagerfeld como diretor criativo em 1965. Kim se inspirou também em fundamentos que permearam o estilo das herdeiras, como trajes de escritório, mangas de sino e peças de alfaiataria de lã.
Da herança deixada por Karl, Kim resgatou algumas das silhuetas que foram emblemáticas, o sapato de salto Fendi First e o monograma Karligraphy, que apareceu no forro de alguns casacos e nas meias-calças. Outros detalhes que também foram aposta do estilista foram franjas grossas que adornam casacos de gabardine e pele (com destaque para um que tem uma penugem mais exagerada com material reciclado).
A seda foi outro material muito usado nas criações de Kim, dando um toque charmoso e cintilante a vestidos, shorts e lenços mais longos. Cropped tops de diferentes materiais com mangas longas que caem abaixo dos ombros ou com punhos alongados foram uma aposta recorrente na coleção, assim como saias, calças e shorts de cintura alta.
No quesito cores, os tons neutros foram os escolhidos para a temporada outono/inverno, tons de bege, marrom claro, cinza, branco e preto adornaram as criações de Kim Jones.
Prada
A coleção Outono/Inverno 2021/2022 da Prada é a terceira sob a co-direcão de Miuccia Prada e Raf Simons e se mostrou sendo a mais equilibrada entre os universos criativos de ambos os estilistas. É uma em que se deve ter bastante atenção, devido a diversas referências, detalhes e texturas das criações que desfilaram em um cenário futurista que foi projetado pelo arquiteto Rem Koolhaas que possuía muita falsa pele colorida e mármore. Além disso, o material utilizado no cenário será todo reciclado e reaproveitado.
O inverno da Prada é uma fusão de temas e intenções dissemelhantes, com equilíbrio entre influências masculinas e femininas, simplicidade e complexidade, elegância e praticidade, contenção e relaxamento. Além do mais, possui pitadas étnicas nas golas e barrados, futurismo, esporte e as influências retrô e clássicas adoradas por Miuccia Prada.
Para Raf Simons, a palavra permutação define o processo criativo que junta todos os elementos antagônicos da coleção para criar algo híbrido e novo. A dupla redefiniu a identidade e a função de peças chaves, como vestidos de noite que viraram macacões, casacos encasulados do dia a dia revistos em volumosa pele falsa, cores vibrantes ou cobertos de paetês em versão festeira. E também estolas híbridas de jaquetas bomber, e texturizadas com as peles e as lantejoulas.
É um show de informação de moda que traz consigo mais peças hit, como as botas tricotadas e luvas de couro com mini bolsas acopladas.
Paris Fashion Week
Chanel
Os desfiles da Chanel são sempre um dos mais aguardados durante a Semana de Moda de Paris, já que a marca francesa sempre monta um verdadeiro espetáculo de acordo com o tema da coleção. Por mais que agora o formato seja diferente do tradicional, sendo transmitido digitalmente e sem a presença do público, a maison não poupou esforços para a apresentação da coleção Outono/Inverno 2021/2022!
A marca fez de seu desfile uma verdadeira noite de garotas no Castle, uma charmosa boate localizada na região de Saint Germain, em Paris. Virginie Viard, diretora criativa da Chanel, contou que a coleção “foi a mistura de duas influências: o ambiente das férias de esqui e uma certa ideia uma certa ideia do cool chique parisiense, dos anos 1970 até agora.”
“Imaginei as modelos fazendo um desfile para elas mesmas, indo de sala em sala, cruzando-se nas escadas, empilhando os casacos na chapelaria e subindo ao andar seguinte para se trocar. E pensei nos desfiles sobre os quais Karl me contava, naquela época, muito tempo atrás, quando as modelos se vestiam e se maquiavam elas mesmas,” disse ela.
A estilista apostou em um jogo de contraste de peças que adora, usando casacos pesados sobre mini vestidos em um clima lingerie, além de mixar alfaiataria com botas pesadas e de pelinhos de ski.
Miu Miu
Comandada por Miuccia Prada, a Miu Miu possui um estilo romântico, feminino e jovial e suas apresentações na Paris Fashion Week sempre são comentadas e esperadas. Para a coleção Outono/Inverno 2021/2022, a maison criou o “Miu Miu Mountain Club”.
Para o desfile, um time de modelos foi para Cortina (oficialmente o resort de esqui mais elegante dos Alpes na Itália) onde desfilaram em uma espetacular passarela socialmente distante com vista das altas montanhas cobertas de neve.
A coleção tem não apenas um desejo de viajar ou de escapismo, mas também tem a intenção de mudar imediatamente as raízes românticas da Miu Miu para um caminho decididamente prático. O espírito aventureiro que sustentou a expedição da equipe nas montanhas se traduz em calças largas de snowboard, jaquetas acolchoadas oversized e resistentes, botas de pele sintética, colares de cristal, casacos puffer e “capuz” de tricô.
Chloé
A coleção de Outono/Inverno 2021/22 da Chloé, grande estréia de Gabriela Hearst na marca francesa e um dos mais aguardados da temporada, foi apresentada dois locais icônicos na ‘rive gauche’ de Paris: o Cafe de Flore e Brasserie Lipp. A estilista uruguaia radicada em Nova Iorque é um dos grandes nomes da sustentabilidade na moda, responsável pelo primeiro desfile carbono neutro da história, em 2019.
Uma curiosidade e detalhe emocional desta coleção é que ela foi apresentada no dia em que Gaby Aghion (fundadora da Chloé) completaria 100 anos de idade e por isso, ela é dedicada à ela. “Temos que prestar homenagem ao fundador. Essa é a primeira coisa que se pode fazer por uma casa,” disse Gabriela.
A uruguaia chegou ao cargo com uma equipe focada em sustentabilidade, principalmente no quesito de desenvolvimento e produção. “Em apenas dois meses, criamos uma coleção com 4 vezes menos impacto do que a de inverno anterior,” contou. Entres suas iniciativas, estão a eliminação de de fibra sintética virgem (poliéster) e fibra celulósica artificial (viscose), e a utilização de denim reciclado, de reuso e orgânico. Mais de 50% da seda vem de agricultura orgânica e mais de 80% dos fios de cashmere são reciclados.
20% das peças da coleção de inverno foram fabricadas por membros do World Fair Trade Organization, uma associação global comprometida com a melhoria dos meios de subsistência de produtores marginalizados. Além disso, Gabriela e seu time garimparam 50 modelos antigos da bolsa Edith [modelo clássico da Chloé e a primeira bolsa de luxo de Gabi] em lojas de segunda mão e customizaram cada uma com restos de tecido e talismãs de cristais. Ela também relançou a versão mini da bolsa, uma criação da era Phoebe Philo.
Dentre as peças apresentadas, estão casacos, vestidos de couro e cashmere (muitos deles sendo listrados), ponchos, detalhes de franjas em roupas e acessórios e sobreposições que dão um mood étnico que remete à origem uruguaia de Gabriela.
Estes foram apenas alguns dos destaques desta temporada! Qual o seu favorito? Nos conte nos comentários!