Karl Lagerfeld: o homenageado do Met Gala 2023
Um dos maiores nomes da moda, o estilista Karl Lagerfeld, será homenageado no Met Gala 23, um dos eventos mais aguardados do ano.
Karl faleceu em fevereiro de 2019. Apesar disso, a marca que leva seu nome continua, assim como a grife que trabalhou por 36 anos e fez história, a Chanel.
O baile está marcado para o dia 1º de maio de 2023 e servirá como uma prévia para a exposição “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty”, que será exibida no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, Estados Unidos.
A exposição celebrará a vida e a obra do lendário estilista, conhecido por sua visão criativa e inovadora na moda, e será uma oportunidade única para os fãs de moda conhecerem de perto sua contribuição para toda a indústria.
Descubra mais sobre legado do Kaiser (como era conhecido por ser alemão), abaixo.
A vida do homenageado do Met Gala 23
Karl Otto Lagerfeld nasceu na cidade alemã de Hamburgo, em 1933, filho de um rico empresário da Suécia, que trabalhava com a produção de leite em pó. Sua mãe, por sua vez, era de Berlim. Além de violinista, ela trabalhava com a venda de lingeries quando conheceu seu marido. Eles se casaram no ano de 1930.
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Karl Lagerfeld sempre evitou ao máximo que o público soubesse sua data de nascimento real, provavelmente em uma tentativa de ocultar a sua verdadeira idade. Em função disso, chegou a dar informações contraditórias em uma entrevista cedida em 2009 para uma emissora francesa de televisão, fazendo a confusão da audiência.
Contudo, hoje se sabe que o icônico estilista nasceu em 1933 e morreu aos 85 anos de idade.
Na década de 1930, a família de Karl se mudou para uma região rural, devido à ascensão de Hitler ao poder da Alemanha. Os Lagerfeld só voltaram à Hamburgo anos mais tarde, quando Karl já era um adolescente e passou a se dedicar à carreira fashion.
Quando criança Karl frequentou escolas particulares, e terminou o ensino secundário no Lycée Montaigne, em Paris, no qual se formou em desenho e história.
Após vencer um concurso de design promovido por uma instituição internacional, surge a oportunidade de ser assistente de Pierre Balmain. O evento ocorreu em 1955, e ele foi o vencedor na categoria de casacos. Em outras palavras, esse acontecimento foi um grande marco para a história profissional de Karl Lagerfeld, que a partir de então ingressou no mundo da moda.
O legado de Karl na moda
Após três anos trabalhando na casa francesa Pierre Balmain, Karl ingressou na Jean Patou, grife de mesma origem que a anterior. Lá, Lagerfeld projetou duas coleções de alta costura por ano, durante os cinco anos em que trabalhou para a marca.
Ele apresentou sua primeira coleção em 1958, usando o nome Roland Karl em vez de Karl Lagerfeld Foi à partir de 1962 que os repórteres de moda passaram a chamá-lo de Karl Lagerfelt ou Karl Logerfeld.
Sua estreia na Jean Patou foi mal recebida pela crítica de moda. A jornalista de moda americana Carrie Donovan escreveu que “a imprensa vaiou a coleção”.
Para a temporada de primavera de 1960, Karl apresentou uma coleção de saias, porém ela não foi bem recebida pela crítica especializada. Dessa vez, Carrie Donovan escreveu que a linha “parecia inteligente e extremamente comercializável, pronta para vestir, não alta costura”.
No mesmo ano, ele lançou pequenos chapéus especiais. Apesar de terem sido bem recebidos, a crítica em geral apontou que a linha não era inovadora.
Lagerfeld relata que passou a ficar entediado na Jean Patou, e então decidiu passar dois anos viajando por diversas praias.
A passagem de Karl pela grife Tiziani
Logo que voltou a trabalhar, em 1963, o designer começou a desenhar para a Tiziani, outra casa de alta costura italiana fundada por Evan Richards naquele mesmo ano. No início, o foco foi nas coleções haute-couture (alta-costura) e depois nas de prêt-à-porter, cujo rótulo era “Tiziani – Roma / Made in England”.
Logo, nesse mesmo ano nasceu a primeira coleção dessa parceria. Elizabeth Taylor era uma das grandes fãs da marca, bem como outros nomes de renome, como Gina Lollobrigida, Doris Duke, e a Princesa Marcella Borghese. Mas, em 1969, veio a sua substituição por Guy Douvier.
Largerfeld na Chloé
Em 1964, ele começou a trabalhar como freelancer para mais uma casa de moda francesa famosa, a Chloé.
Mas, inicialmente, Lagerfeld contribuía com algumas peças a cada estação, e posteriormente passou a projetar coleções inteiras para a grife. Anos mais tarde, veio a nomeação como novo diretor artístico da grife, com a responsabilidade de reinventar a marca, que encontrava-se, na época, em declínio. Isso aconteceu décadas mais tarde, em 1991.
O designer também atuou com uma breve colaboração para a casa de moda Curiel, por meio de um projeto de alta-costura. Isso aconteceu em 1970, no ano seguinte do falecimento de Giglioga Curiel.
Na Primavera de 1973, Lagerfeld ganhou as manchetes de revistas e jornais com sua nova coleção para a Chloé, que obteve destaque por oferecer algo que fosse “alta moda e alta acampamento” ao mesmo tempo. As jaquetas dessa coleção foram o maior sucesso. Outro item de relevância foi a saia “surpresa”: com comprimento até o tornozelo, feita de seda plissada e caimento solto, que ajudava a esconder que na verdade a peça se tratava de uma calça.
Sua história na Chanel
Em 1983, a Chanel nomeou Karl Lagerfeld como diretor criativo da maiosn, com o objetivo de perpetuar o estilo lançado pela fundadora Coco Chanel, falecida em 1971.
A primeira linha lançada por Karl Lagerfeld para a Chanel foi um verdadeiro resgate às décadas de 1920 e 1930, contando com referências do trabalho deixado por Coco Chanel.
No entanto, nessa época, a grife estava à beira da falência, mas o estilista alemão foi capaz de trazê-la de volta ao sucesso. Ao mesmo tempo em que levou modernidade e renovação para a maison, conseguiu manter as características marcantes e o legado da icônica marca francesa, evitando que ela caísse no esquecimento.
A primeira musa de Karl
Na década de 80, o designer escolheu a modelo Inès de la Fressange como musa da marca. A escolha se deu devido a sua semelhança com Coco, em uma tentativa de reencarnar a imagem da estilista.
Inès foi a primeira modelo a assinar contrato de exclusividade com uma casa de alta costura. Além disso, também foi a primeira a tornar-se uma estrela famosa e popular na história da moda.
Em 2004, Lagerfeld desenhou para a maison francesa os dois selos de Saint-Valentin emitidos pelo Correio Francês.
Karl também foi o responsável pela renovação das clássicas bolsas da grife francesa, que nunca deixaram de ser um grande sucesso e um verdadeiro sonho de consumo entre os grandes apreciadores da moda.
A cada coleção, as bolsas Chanel apareceram em novos tecidos, tons e formas. Karl foi responsável por lançar peças incríveis e ousadas, sem perder a essência da grife. Inclusive, o estilista desenvolveu uma linha batizada de Gabrielle, em homenagem à Coco, cujo nome de batismo era Gabrielle Bonheur Chanel.
A atuação de Karl Largerfeld na Fendi
Contudo, história de Karl Lagerfeld com a Fendi é ainda mais antiga do que com a Chanel: ele é o diretor criativo da Fendi desde 1965. Essa história rendeu inclusive um livro, lançado em 2015. A obra, intitulada Fendi By Karl Lagerfeld, conta com relatos, desenhos, entrevistas e memórias do estilista alemão.
Karl entrou para a história em 2015, quando a Fendi estreou na Semana de Moda de Paris, tornando-o o primeiro estilista a comandar dois desfiles de alta-costura na mesma temporada (Fendi e Chanel).
Uma das criações mais icônicas da Fendi é a bolsa Peekaboo, por Sylvia Venturini Fendi. A peça surgiu na coleção Primavera/Verão de 2009. O nome faz referência à uma brincadeira (peek a boo). O modelo -desejo continua sendo um dos grandes icônes da etiqueta.
Outra invenção de destaque da label italiana são os chaveiros, que chamam bastante a atenção e aparecem em diversos tamanhos e formatos. Há, inclusive, um modelo de “mini Karl Lagerfeld”, o famoso Karlito.
A atriz e modelo Cara Delevingne desfilou na Semana de Moda de Milão de 2014 usando um casaco-vestido preto com capuz felpudo, e segurando o acessório que homenageia o artista.
A marca Karl Largerfeld
Foi em 1984 que Karl finalmente criou sua marca, localizada no número 144 da Champs-Élysées.
Em 2002, foi lançada uma coleção especial denim, feita em parceria com Renzo Rosso, fundador da Diesel. A coleção, chamada Lagerfeld Gallery by Diesel, foi co-projetada por Lagerfeld e desenvolvida pela equipe de criação da Diesel, sob a supervisão de Rosso. Era composta por cinco peças, que foram apresentadas em desfiles do designer durante a Paris Fashion Week.
Após o evento, Rosso disse em entrevista:
“Estou honrado de conhecer esse ícone da moda do nosso tempo. Karl representa a criatividade, tradição e desafio, e ele ter convidado a Diesel para essa colaboração foi um grande presente e reconhecimento de nossa reputação como o prêt-à-porter de casual wear”.
Os modelitos foram vendidos em edições limitadas em suas galerias em Paris e Mônaco, e no Diesel Denim Gallery em Nova York e Tóquio. Já na primeira semana de vendas em Nova York, mais de 90% das calças já havia sido vendidas, com preços que variavam de 240 dólares a US$ 1.840.
A parceria com a fast fashion
Em 2004, a H&M lançou uma linha limitada de roupas Lagerfeld com peças masculinas e femininas. Apenas dois dias após a divulgação dos pontos de venda e os estoques já tinham quase se esgotado.
Apesar do enorme sucesso, Lagerfeld expressou certa preocupação e receio em trabalhar com marcas low-end (que apresentam peças com preços baixos, para clientes que não têm condições de investir grandes quantidades de dinheiro em peças da moda).
A linha K par Karl foi lançada em 2007, com o objetivo de rejeitar o espírito denim chique de estilo urbano.
Em 2010, Karl Lagerfeld foi homenageado com um prêmio criado para ele, pelo The Couture Council of The Museum at FIT (Conselho de Alta Costura do Museu do Instituto de Tecnologia Fashion, em tradução livre para o português). O prêmio, intitulado Couture Council Fashion Visionary Awards, foi entregue em um almoço beneficente no Avery Fisher Hall, em Nova York.
Karl Largerfeld e a paixão pela fotografia
Além de designer de moda, Lagerfeld é também fotógrafo. Tudo começou em 1987, quando ele fez fotos para um material da Chanel destinado à imprensa.
Em 1997, ele lançou o livro Visionaire 23 The Emperor’s New Clothes (em tradução para o português, As Roupas Novas do Imperador). Trata-se de uma série de fotos nuas de modelos e celebridades.
A Lagerfeld Gallery foi inaugurada em 1998, com o intuito de dedicar-se exclusivamente à fotografia.
Em 2005, Karl Lagerfeld fotografou Mariah Carey para a capa da V Magazine. Além disso, colaborou com algumas edições russas e alemãs da Vogue e fez um trabalho editorial para a Harper Bazaar. O artista também faz campanhas publicitárias sob sua direção para as casas de moda como a Chanel, Fendi e sua grife homônima.
Outros projetos
Ele também publicou livros de fotos e de arquitetura, tais como Villa Malaparte e Villa Noailles, entre outros, alguns em colaboração com o arquiteto japonês Tadao Ando. Lagerfeld é o proprietário da livraria 7L e da editora de mesmo nome, localizada na rua Lile, em Paris.
Em 2013, ele dirigiu o curta-metragem Era Uma Vez… na Cité du Cinéma, Saint-Denis, por Luc Besson, com Keira Knightley no papel de Coco Chanel e Clotilde Hesme como sua tia Adrienne Chanel.
Em 2015, Karl reuniu vários trabalhos e lançou a exposição “A Visual Journey“, na Pinacothèque de Paris:
Karl também fez a exposição The Little Black Jacket, que em 2012 foi inaugurada no Grand Palais, em Paris, e posteriormente passou por Tóquio, Nova York, Taipei, Hong Kong, Londres, Moscou e até no Brasil. A mostra reúne 113 fotos tiradas por Karl Lagerfeld de personalidades marcantes e diversas como Olivier Theyskens, Anna Wintour, Yoko Ono e Uma Thurman
A homenagem no Met Gala 2023
O MET Gala 2023 homenageia Karl Lagerfeld com o tema ‘Karl Lagerfeld: A Line of Beauty’, e Andrew Bolton, curador do Costume Institute, Wendy Yu, colaboradora de longa data de Lagerfeld, e Amanda Harlech, consultora criativa da exposição, estão encarregados de resumir a carreira do estilista em cerca de 150 looks.
Mas, felizmente, no Met Gala deste ano, homenagear o Kaiser não é uma tarefa apenas dos curadores, pois o código de vestimenta de 2023 também deve ser em homenagem a ele. Isso significa que todos os convidados têm a oportunidade de prestar homenagem ao lendário estilista em sua escolha do look para o evento.
Considerado um dos tapetes vermelhos mais importantes e esperados de todo ano. O Met Gala é sempre realizado em colaboração com a revista vogue norte-americana e e contará com presença de grandes celebridades.